SEM SANEAMENTO BÁSICO AS CAMPANHAS CONTRA O AEDES EGYPTI SÃO UM VERDADEIRO TIRO NO PÉ

Por
Euclides Moreira Neto
Passa
ano, sai ano e todo ano é a mesma lengalenga. O mosquito está aí, matando…. E
vai continuar matando. O verdadeiro problema do mosquito Aedes Egypti no Brasil não está sendo combatido. Só matar o
mosquito não vai resolver nada, pois o verdadeiro criadouro desse inseto
indesejável está compartilhando com nossas ações bem ao nosso lado, dormindo
connosco, andando connosco, e testemunhado por todos nós todos os dias do ano –
e não somente no período de chuvas. O verdadeiro problema do Aedes Egypti é a profusão de criadouro
que a sociedade brasileira, na qual se inclui a maranhense, oferece a céu
aberto para essa espécie mosquito se proliferar diuturnamente. Estamos falando
da falta de infraestrutura básica para escoar os esgotos e a sujeira produzida
pelas nossas cidades diariamente.
Enquanto
não houver saneamento básico nas nossas cidades, sejam elas grandes ou
pequenas, não teremos como combater esse mosquitinho que é responsável, segundo
as autoridades, pela Zika, Chikungunya,
Dengue e as mais diferentes febres (incluindo a febre amarela) que afetam
milhões de pessoas. Enquanto não houver saneamento básico nas cidades, todo
investimento será jogado no ralo, e, em muitos caso, servirá para possibilitar
o desvio de verbas públicas para atender a outros interesses que foge ao
verdadeiro sentido para o qual ele deveria ser aplicado.
Quem
estiver duvidando, basta dar uma saída de sua casa e olhar para as ruas da
cidade, que em vez que drenagem feita por canos ou algum instrumento condutor
de sujeira mais adequado, está à céu aberto; temos o escoamento de água e
sujeira pelas ruas, que circulam abertamente deixando um mal odor insuportável,
e, eventualmente, essa sujeira encontra um buraco para acumular agua parada e
restos de lixo. Isto nas zonas mais centrais das cidades, pois em muitos
bairros, principalmente os periféricos, a situação é mais grave, pois quando as
ruas são asfaltadas, o material é de péssima qualidade e logo se transformam em
buraqueiras.
Todos
nós sabemos que o investimento em saneamento básico é considerados pelos
dirigentes brasileiros – pelo menos em sua maioria – como investimentos
invisíveis, que não rendem votos, por isso a coisa vai ficando ao Deus dará,
até que alguém mais lúcido tome uma providência bem mais sensata. Investir em
saneamento básico não é jogar dinheiro fora, é proporcionar saúde e combater
todo e qualquer tipo de epidemias que atinja o povo brasileiro, em especial o
povo que vive nas zonas periféricas e tanto carecem de assistência e dignidade
para viver.
Fazer
essas campanhas que se limitam em recolher garrafas pet, furar pneus usados, tirar recipientes do fundo de jarros das
casas domésticas, ou vedar focos de água parada dos lares do cidadão comum pode
até ajudar no combate, mas essas ações se tornam inoperante diante do
verdadeiro foco multiplicador do mosquito: os escotos e os aterros sanitários
das cidades brasileiras que não funcionam e não impedem o nascimento de milhões
e milhões de mosquito diariamente.
As
campanhas institucionais, que mobiliza pequenos grupos de pessoas ou grandes
parcela massiva de nosso povo, servem apenas para causar impacto na população,
como se fosse um jogo de cena previamente agendado, para fazer de contas ou
dizer que as autoridades estão a fazer alguma coisa, mas na verdade não
combatem nada ou muito pouco deixa para o verdadeiro combate ao mosquito, pois
estes ao serem impedidos de se reproduzir num local doméstico, rapidamente
procura outro que seja mais seguro e longe da ação do homem.
Podem
chamar o exército, os bombeiros, as polícias, que as lavras e os mosquitos não
vão está nem aí – eles vão está sempre atentos para a multiplicação da sua
espécie e utilizaram sua inteligência viral para sair bem-sucedido. Podem
borrifar e dizer que gastam milhões de reais – tadinha de nossa moeda
desvalorizada - que não vai acabar com esse mosquito malvado, pois os culpados
são gestores pela política de infraestrutura das cidades que não se preocupam
em combater o verdadeiro foco proliferado.
Reafirmamos
que o problema maior é o saneamento básico, por isso reproduzimos o conceito do
que seja saneamento básico nas principais enciclopédias da atualidade como
sendo a
atividade relacionada com o abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades.
Noutra perspectiva saneamento básico é o
conjunto de procedimentos adotados numa determinada região visando a
proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes. Assim, podemos
afirmar que sanemaneto básico trata-se de uma especialidade estudada nos cursos superiores de engenharia
sanitária, de engenharia
ambiental, de saúde coletiva, de saúde ambiental, de tecnólogo em saneamento ambiental, de ciências
biológicas, de tecnólogo em gestão
ambiental e ciências
ambientais.
De forma congruente podemos afirmar
também que o saneamento básico trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou, em regime de concessão, por empresas privadas, sendo esses serviços considerados essenciais,
tendo em vista a necessidade imperiosa destes por parte da população, além da
sua importância para a saúde de toda a sociedade e para o meio ambiente. O grande problema é fazer os parcos
recursos destinados a esta área ser plenamente aplicado à sua finalidade, sem
que haja os desvios de finalidade.
Entre os procedimentos do saneamento
básico, podemos citar: tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos,
limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos
(em aterros sanitários regularizados) e materiais (através da reciclagem). Com
estas medidas de saneamento básico, é possível se garantir melhores condições
de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao
mesmo tempo, garante-se a preservação do meio ambiente.
Vale lembra aqui que o mosquito Aedes
Egypti é um género de mosquitos originalmente encontradas
na região tropical e subtropical do mundo. Mas agora está sendo
encontrados em todos os continentes, exceto a Antártida, pois o mesmo não gosta do
frio intenso. Segundo o site Wikipedia, algumas espécies do
mosquito Aedes Egypti foram espalhados pela atividade humana.
A variação Aedes Albopictus, tornou-se em mais uma espécies invasoras, que foi recentemente
identificada e se espalhou para o Novo Mundo, incluindo os Estados Unidos, tendo chegado lá pelo comércio
de pneus usados. O mosquito Aedes Egypti foi identificado e descrito
pela primeira vez, incluindo sua classificação científica, pelo alemão entomologista Johann Wilhelm Meigen em 1818. O nome genérico vem do grego antigo ἀηδής, Aedes, que
significa "desagradável" ou "odioso".
As espécies de tipo para Aedes é Aedes Cinereus. Algumas espécies deste
gênero podem transmitir doenças graves, incluindo a dengue, a febre amarela , o vírus Zika, e Chikungunya. Até um passado
recente, o combate ao mosquito Aedes Egypti em nosso país era combatido por ser
o responsável pela frebre conhecida por dengue, todavia o presente tornou-se
mais assombrosso quando veio atona os casos de microcefalia por todo o pais e
as fortes suspeitas de ser este virus o seu transmissor, sem falar na Chikungunya e na Zika.
Se por um lado, os governantes pedem a
população que façam a sua parte, eliminando possíveis focos de mosquitos em
suas residencias e/ou propriedades particulares, por outro é fundamental o
poder público dar exemplo, aplicando com sabedoria os parcos recursos destinado
ao seu combate com sabedoria e eficiencia, em especial à nivel macro,
garantindo os serviços com qualidade, que em outras palavras podem ser
traduzidos em saneamento básico.
É necessário o poder público ser o
primeiro a dar o exemplo para que a população perceba o esforço e aí parta para
dar sua colaboração de maneira voluntária. Não basta só fazer campanhas
educativas e mutirões impactantes mobilizando exercito ou outra corporação
qualquer: Dê-se o exemplo fazendo o que tem de ser feito, inclusive valorizando
a educação como mola montora de todo esse processo.
Após ter escrito o último paragrafo
deste artigo, eis que ligo a televisão e assistimos a triste notícia veiculada
em todos os canais de televisão nos seus programas telejornalísticos: o Ministério
das Cidades anuncia que o Brasil não cumprirá a meta de eliminar o esgoto a céu
aberto antes da década de 1930. Sem dúvida péssima notícia para todos os
brasileiros, em especial, para a maior parcela da população, que é carente,
pobre e sem saída, enquanto houver as desigualdades de oportunidades para ricos
e pobres. Estamos condenados a viver com o perigo.
* O autor é Professor Mestre em
Comunicação Social e Doutorando do Programa Doutoral em Estudos Culturais na
Universidade de Aveiro – Portugal.
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