Morre aos 78 anos Pai Euclides, fundador da Casa Fanti Ashanti
Ele sofreu um infarto na sexta e foi
levado ao Hospital Carlos Macieira; nesta tarde, voltou a sofrer complicações
Pai
Euclides estava internado no Hospital Carlos Macieira desde sexta-feira
Euclides Menezes Ferreira ou Pai
Euclides Talabyan, como é mais conhecido, morreu na tarde desta segunda-feira
(17), em São Luís, após complicações decorrentes de um infarto que sofreu na
sexta-feira (14). Desde a data, ele ficou internado no Hospital Carlos
Macieira, até quando veio a óbito, por volta das 15h, aos 78 anos, deixando
nove filhos.
Segundo o atestado de óbito, o
babalorixá sofreu um infarto agudo do miocárdio e, durante o período de
internação, teve pneumonia e choque cardiogênico.
Ainda abalado com a notícia da morte,
Alex Corrêa, filho de Pai Euclides, disse que o pai foi um maiores babalorixás
do país, sendo fundador e responsável pela Casa Fanti Ashanti, uma casa de
candomblé da nação Jeje-Nagô fundada em 1954. A casa está localizada no bairro
do Cruzeiro do Anil, em São Luís, que recebe visitantes de vários países.
Para
Márcio Vasconcelos, amigo e admirador de Pai Euclides, a notícia é muito triste
na Mina e Candomblé do Maranhão. O babalorixá participou de um dos trabalhos do
fotógrafo, a exposição Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin
ao Maranhão. "Frequentei muito a casa e ele foi um dos meus
personagens de Zeladores de Voduns", disse.
O corpo está sendo velado na Casa
Fanti Ashanti. O local e o horário do enterro ainda não foram divulgados pela
família.
Pai
Euclides concedeu entrevista no mês passado a OESTADOMA.COM, quando
opinou sobre direitos LGBTS.
No
início deste ano, ele participou da websérie Os encantos de Rita
Benneditto, produzida por OESTADOMA.COM.
NOTA
DE PESAR
O
Governo do Estado do Maranhão, através das Secretarias de Estado dos Direitos
Humanos e Participação Popular; Extraordinária da Igualdade Raciale da
Culturamanifesta profundo pesar pelo falecimento de Euclides Menezes Ferreira,
Pai Euclides (Talabyan), Fundador da Casa FantiAshanti, ocorrido na tarde deste
dia 17 de agosto.
Babalorixá
desde 1958, grande líder espiritual, responsável pelo fortalecimento da luta do
povo negro, estabelecendo vínculos com a ancestralidade africana, sendo um dos
expoentes da resistência cultural e religiosa, especialmente em nosso Estado,
reverenciado no Brasil e na África. Representante do Candomblé e da Mina,
expressões da religiosidade de matriz africana, honrou seus ancestrais e
descendentes.
Deixa
um legado de fé e ensinamentos espirituais, incluídas obras em livros e discos,
a seus inúmeros filhos e netos, e a tantos quantos puderam com ele conviver e
dele receber as bênçãos e rico aprendizado, com os quais nos solidarizamos
neste momento de passagem.
Sua
vida e obra servem a todos/as defensores/as dos Direitos Humanos pelo respeito
à diversidade religiosa e este órgão estadual espera que se mantenha viva a sua
memória, a iluminar os passos dos que clamam por um mundo de igualdade.
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