Mostra Cinema pela Verdade exibe de terça (24) a sexta-feira (27) quatro documentários que abordam a ditadura e a democracia.

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Mostra Cinema pela Verdade exibe de terça (24) a sexta-feira (27) quatro documentários que abordam a ditadura e a democracia.



 São Luís recebe de terça-feira (24) a sexta-feira (27), a 4ª Mostra Cinema pela Verdade. O evento tem como objetivo debater os 30 anos da redemocratização do Brasil, bem como as marcas de 20 anos de ditadura civil-militar no país. Na programação gratuita, serão exibidos quatro documentários sobre o tema. Além do Maranhão, mais 26 cidades recebem o festival.
A sessão de estreia será com o filme Democracia em Preto e Branco, do diretor Pedro Asbeg, hoje, às 16h, no auditório Mário Meireles, localizado no Prédio de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Estará presente a professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional/UFRJ e Coordenadora Pedagógica do Cinema Pela Verdade, Adriana Facina, que após a sessão debaterá com os presentes.
De acordo com os organizadores, os debates ocorrerão sempre após as exibições com participação de acadêmicos, pesquisadores, ex-presos políticos, pessoas ligadas a movimentos sociais, culturais e de direitos humanos, além de participações especiais de diretores ou da equipe de produção dos filmes exibidos.
Além de Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg, integram ainda a programação os filmes Em Busca de Iara, de Flávio Frederico, e 500 - Os bebês roubados pela Ditadura Argentina, de Alexandre Valenti (estes serão exibidos no Instituto de Ensino Franciscano, no Maiobão amanhã, às 19h). Já Osvaldão, de Vandré Fernandes, Ana Petta, Fábio Bardella e André Lorenz Micheles será exibido às 16h, no auditório Mário Meireles, localizado no Prédio de Ciências Humanas da UFMA, sexta-feira.

Promovido pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), com patrocínio do BNDES e apoio da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, o Cinema Pela Verdade tem como objetivo fomentar a discussão em torno da Ditadura Civil-Militar, permitindo que toda a sociedade conheça o passado extraia lições para o futuro.
O festival começou no início deste mês com a capacitação de 27 universitários para atuarem como agentes mobilizadores em cada um dos estados do país. Eles serão os responsáveis por produzir e promover o projeto nas cidades onde estudam. Em São Luís, a agente mobilizadora é a estudante de jornalismo da UFMA, Ingrid Cutrim. “Eu sempre me interessei pelo cinema, desde que entrei na faculdade já me envolvi em projetos de cinema e no ano passado eu participei da organização da mostra e esse ano sou agente mobilizadora”, disse.
Nas três edições anteriores, a Mostra Cinema pela Verdade atingiu um público de 54.728 pessoas. Foram 12 filmes exibidos em 623 sessões nos 27 estados. Ao todo, 1.124 debatedores participaram em 605 debates realizados.
O evento é promovido pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), com patrocínio do BNDES e apoio da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, o Cinema Pela Verdade tem como objetivo fomentar a discussão em torno da Ditadura Civil-Militar, permitindo que toda a sociedade conheça o passado e dele extraia lições para o futuro.
Programação - Para dar a largada a esta edição, os organizadores escolheram o documentário Democracia em Preto e Branco. Com 90 minutos de duração e lançado ano passado, a produção de Pedro Asbeg começa em 1982, quando a ditadura militar completava 18 anos.
O filme mostra como a música, o esporte e a política se encontraram para mudar o rumo da história do país em um momento em que a música popular brasileira sobrevivia de metáforas, devido a grande opressão e censura, e o clube de futebol Corinthians passava por um período interno turbulento. No meio disso, o rock nacional começava a nascer.
Já Em Busca de Iara, o diretor Flávio Frederico resgata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg, uma mulher culta e bela, que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura militar.
Vivendo na clandestinidade, na esteira de uma rotina de sequestros e ações armadas, tornou-se a companheira do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, compartilhando com ele o posto de um dos alvos mais cobiçados da repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime, que atribui sua morte, em 1971, a um suicídio. O filme foi lançado em 2013.
Quem também teve sua trajetória levada às telonas foi Osvaldo Orlando da Costa, comandante da Guerrilha do Araguaia que virou herói entre o povo local, por conta de sua coragem e generosidade.
No filme Osvaldão, os diretores Vandré Fernandes, Ana Petta, Fábio Bardella e André Lorenz Michiles se empenharam em falar sobre esta figura, considerada por muitos como um ser mítico. A produção traz uma visão não só da lenda ao redor do nome de Osvaldão, mas também de suas aventuras humanas. Vindo de uma família de ex-escravos, um jovem campeão carioca de boxe na década de 1950 se transforma em um dos principais guerrilheiros do país.
Em 500 - Os bebês roubados pela Ditadura Argentina, Alexandre Valenti retorna entre os anos de 1976 e 1983, quando a vizinha Argentina viveu sombrios anos de ditadura militar. Neste período, famílias inteiras foram despedaçadas pela repressão clandestina empreendida por um estado terrorista que ceifou a vida de cerca de 30 mil argentinos.
Entre as práticas mais aterradoras deste regime estava o sequestro sistemático de bebês e crianças, filhos de presos e desaparecidos políticos, que eram apropriados por seus algozes como espólio de guerra.
A partir da iniciativa das Avós da Praça de Maio criou-se o Banco dos 500, com amostras de seu próprio sangue, o que possibilitou a descoberta de 114 das 500 crianças sequestradas.
Reunidos às suas famílias reais e às suas verdadeiras identidades, os jovens nascidos nas maternidades dos campos da morte e as Avós da Praça de Maio confrontam, em 2011, no Tribunal de Buenos Aires, os acusados de genocídio e crimes contra a humanidade. O documentário narra a incansável luta das avós e seus netos que continua, com a intenção de encontrar o último dos 500.
Serviço
• O quê
Cinema pela Verdade
• Quando
De hoje a sexta-feira, às 16h
• Onde
Auditório Mário Meireles, Centro de Ciências Humanas (CCH) UFMA, Instituto de Ensino Franciscano (Maiobão)


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