Janot defende MP e critica tentativa de parlamentares de desqualificar investigação
Em encontro na PGR, procurador defendeu investigações sobre políticos suspeitos de envolvimento na Lava-Jato
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não se intimidou com os ataques que vem recebendo e, num discurso para procuradores de Justiça, defendeu o aprofundamento das investigações sobre o envolvimento de políticos e grandes empreiteiras com a corrupção na Petrobras. Num tom inflamado, Janot classificou de vilania a tentativa de parlamentares de usar a CPI da Petrobras para impedir as investigações da chamada Operação Lava Jato. O procurador-geral disse ainda que o Ministério Público vai aprofundar a apuração, não importa o poder políticos dos investigados, e os culpados serão devidamente punidos.
— De toda forma, causa espécie que vozes do Parlamento, aproveitando-se de uma CPI instaurada para investigar o maior esquema de corrupção já revelado no País, tenham-se atirado contra a instituição que começa a desvelar a trama urdida contra a sociedade. Pelos esforços do Ministério Público, esse esquema foi exposto ao País e será também pela nossa atuação que os verdadeiros culpados irão responder judicialmente e sofrerão as penas cabíveis — disse Janot
Desde que pediu a abertura de inquérito os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e outros 33 parlamentares, suspeitos de envolvimento em corrupção, Janot tem sido alvo de duros ataques.
Renan Calheiros também chegou a propor a criação de uma CPI do Ministério Público. Deputados do baixo clero, ligados a Eduardo Cunha, apresentaram a CPI da Petrobras requerimentos para convocar e até quebrar o sigilo telefônico do chefe do procurador-geral da República. A resistência de parlamentares, que não aceitam ser investigados por corrupção, tem sido acompanhada com preocupação pelo Ministério Público Federal e até dentro do Congresso Nacional.
No início, Janot entendeu que não seria necessário responder publicamente à lamúria dos investigados. Numa carta endereçada aos colegas na semana passada, ele chegou até a prever que, depois dos pedidos de inquéritos contra poderosos políticos, o Ministério Público seria alvo de críticas sistemáticas. O procurador-geral só não esperava que os suspeitos tivessem a desenvoltura de partir para o ataque contra ele e contra o Ministério Público a luz do dia. Janot disse que não vai recuar.
— Não vou permitir que, neste momento da vida funcional, interesses vis ou preocupações que estejam além do Direito influenciem o meu agir. Garantirei o exercício independente do Ministério Público — disse.
O procurador-geral afirmou ainda que os homens de bem, que cumprem seus deveres e respeitam as leis, saberão identificar os verdadeiros interesses daqueles que querem barrar as investigações contra a corrupção. Janot lembrou que a força-tarefa criada por ele já recuperou R$ 180 milhões desviados e que o trabalho está apenas começando. Políticos são acusados de receber suborno para facilitar contratos de grandes empresas, especialmente empreiteiras, com a Petrobras.
— Os cidadãos que pagam impostos e que cumprem com seus deveres cívicos saberão, nessa hora sombria e turva da nossa história, distinguir entre o bem e mal; entre a decência e a vilania; entre aqueles que lutam por um futuro para o país e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação. Estejamos fortes e unidos. Ao bom combate — conclamou.
O procurador-geral o discurso numa reunião com os procuradores de Justiça. O tema central do encontro era o combate à corrupção.A resistência de parlamentares, que não aceitam ser investigados por corrupção, tem sido acompanhada com preocupação pelo Ministério Público Federal e até dentro do Congresso Nacional.
Depois de acompanhar perplexo o festival de bajulação de deputados a Cunha, depois de um discurso dele na CPI contra as investigações da Operação Lava Jato, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) ligou para Janot para manifestar solidariedade ao procurador-geral. Na próxima semana, Alencar e outros deputados vão fazer uma visita e reafirmar apoio ao procurador-geral e a todo o Ministério Público Federal.
— A ação de blindagem a Cunha e dos outros 21 deputados sob inquérito, articulada por parlamentares do PMDB e do SD , já tem reação: um outro grupo de deputados se articula para manifestar solidariedade a Janot e apoio aos trabalhos do MPF - disse Alencar.
Entre os deputados que vão manifestar apoio a Janot estão Luiza Erundina (PSB-SP), Eliziane Gama (PPS-MA) e Júlio Delgado (PSB-MG).
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