Artista plástico Dalton Costa, após hiato de 15 anos, voltou a confeccionar máscaras tradicionais de fofão.
Máscaras para celebrar a folia
Alternativo - O Estado do Maranhão 12/02/2015
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O artista plástico Dalton Costa
“Precisamos preservar a tradição. Não
podemos deixar esta arte morrer”, alerta o artista plástico Dalton Costa que,
em entrevista a O Estado, contou brevemente sobre sua volta à produção de
máscaras tradicionais de fofão. O acessório carnavalesco, que abrilhantava os
carnavais de antigamente não era confeccionado pelo artista há 15 anos. Segundo
ele, a baixa quantidade de pedidos foi o fator determinante para o cancelamento
das produções.
Despretensiosamente, Dalton Costa
voltou a produzir as máscaras e, após uma singela divulgação do trabalho nas
redes sociais, despertou nos foliões ludovicenses o interesse em se fantasiar
como antigamente. “Recebi uma encomenda e postei umas fotos do que estava
produzindo no blog e muita gente começou a me pedir para fazer”, comentou o
artista plástico.
As máscaras tradicionais de fofão são
fabricadas em técnica simples de papel machê, ou seja, papel picado e cola.
Fabricado em um molde ou forma de argila ou cimento, o acessório é levado ao
sol para que seque bastante. Por último, o artista plástico revela que a
tintura a ser utilizada é opcional. Ele opta por tinta acrílica brilhante.
“É algo bem trabalhoso. Demorou um
dia para fazer o molde da máscara e outro só para secar. Tem que secar bem para
que no terceiro dia possa pintá-la. Tem artistas que preferem tinta a óleo ou
esmalte sintético. Eu prefiro a tinta acrílica que seca bem rápido e deixa a
máscara bem brilhante sem que haja a necessidade de invernizar”, disse Dalton
Costa.
Ainda segundo o artista plástico,
cada máscara é finalizada a critério do cliente. “Tem quem gosta de ter só a
máscara, mas há aqueles que optam por aquela cabeleira pra entrar com tudo no
clima do Carnaval”, completou.
Preservação – Dalton Costa revela que
voltou a produzir as máscaras para preservar a tradição de um dos personagens
mais importantes do Carnaval Maranhense: o fofão. “Com o passar dos anos, fui
percebendo que as pessoas não se interessavam mais pelas máscaras tradicionais.
A chegada das máscaras de plástico, que são mais baratas, fez com que os
foliões cancelassem pedidos e tornou-se inviável a fabricação”, relembrou.
Correndo contra o tempo, o artista
plástico está bastante atarefado para entregar suas encomendas antes do início
da folia, na sexta-feira. Como o trabalho é artesanal e ainda não possui uma
equipe para auxiliá-lo, Costa adianta que para este carnaval poucas máscaras
serão entregues, mas para a folia de 2016 a situação será diferente. “Essa
procura que tive me motivou a não deixar a tradição de lado. Ano que vem produziremos
ainda mais e vamos ver muitos fofões pela cidade com máscaras alegres e
divertidas”, frisou.
Segundo ele, poucos artistas
plásticos se dedicam ao ofício de produzir o adereço. Ele aprendeu a técnica
aos 14 anos quando um vizinho lhe ensinou, a partir do conhecimento adquirido
com outro morador do bairro em que morava. “Aprendi e nunca esqueci. Esse nosso
vizinho, que era artista plástico, vendia muitas máscaras em época de carnaval
e como queríamos ter dinheiro resolvemos aprender para lucrar também”, comentou.
Além de artista plástico, Dalton
Costa é coralista, ator e dançarino, já tendo participado de grupos como o
Colun Vox e o Laborarte. Atualmente, é coralista do Coral São João. Sua
promissora carreira teve início no carnaval de 1993 quando participou de uma
oficina de bonecos gigantes com a artista plástica maranhense Telma Lopes.
Adepto de cores fortes e de inspirações que busca no seu dia-a-dia, ele já
acumula quatro exposições.
Saiba mais
O fofão é a figura mais conhecida do
carnaval maranhense. Segundo alguns historiadores, o personagem, que se veste
de macacão de chita em cores vibrantes, é inspirado nos carnavais europeus e
foi trazido para cá pelos portugueses.
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