Abertura oficial do Carnaval de Passarela de São Luís será hoje, com presença de tribos de índio e turmas de samba
Jornal O Estado do Maranhão - 12.02.2014
O Carnaval da Passarela de São Luís
tem data e hora para começar. Será hoje, às 19h, com um cortejo que marcará a
entrega simbólica da chave da cidade ao Rei Momo, que na ocasião será
acompanhado pela rainha e princesas do Carnaval 2015. A seguir, tribos de índio
e turmas de samba passarão pela avenida. Hoje, o desfile não é competitivo. A
programação da avenida prossegue até a próxima Terça-Feira Gorda.
Após a abertura oficial, que contará
com a presença de autoridades dos poderes executivo e legislativo, a passarela
será do folião. Para dar o tom da festa, desfilam a partir das 20h as tribos de
índio. Donas de uma batida inconfundível, são grupos tradicionais do Carnaval
de São Luís surgidas, segundo historiadores, nos anos 1950, imitando um ritual
de cura conduzido por um pajé. A brincadeira é composta por integrantes
vestidos com trajes de índios norte-americanos, com pinturas pelo corpo e
levando nas mãos arco e flecha. Na percussão presença marcantes dos surdos,
tantãs e retintas.
Hoje, desfilarão pela Passarela as
tribos Tupiniquins,Curumim, Tapiaca Uhu, Sioux, Guajajaras, Tupinambá
(Iguaíba), Guarani, Navajo, Kamyurá, Carajás, Itapoã, Os Tupinambás (Anjo da
Guarda) e Upaon-Açu.
A partir das 22h, quem se apresenta
são as turmas de samba, sendo que Ritmistas de São José de Ribamar será a
primeira a entrar na avenida. Depois, virão Ritmistas da Madre Deus, seguidos
por Vinagreira do Samba. O encerramento será ao som do bloco Fuzileiros da
Fuzarca.
Tradição - O bloco, que este ano
celebra 79 anos de fundação, nasceu na Madre Deus no dia 11 de fevereiro.
Arrastando uma multidão por onde passa, tem como marca registrada sua batida
única, resultado do som produzido pelas ritintas, taróis-de-mão e duas-por-uma
(instrumentos de percussão cobertos com couro de bode e carneiro).
Na época de sua fundação, os
Fuzileiros tiveram como companheiros de folia blocos como os Vira Latas,
Lunáticos, Pif-Paf, Boêmios do Ritmo, Boêmios da Folia, Grupo X, Cadete da Lua
e Cadete do Samba. Eles foram os únicos que resistiram à passagem do tempo sendo
fiéis à sua tradição.
Os Fuzileiros da Fuzarca traziam em
sua primeira turma nomes como Cristóvão Colombo “Alô Brasil”, Manoel Guajú, Zé
Pixé, Sandoval, Pedro Pantaleão, Rozendo, Betinho, Euzébio Cruz Amaral e Carlos
Moreira, entre outros.
No repertório, sambas como Sandália
de Prata, Foi Você, Não Tenho Hora Pra Voltar, Joana, Pra Que Chorar, Descendo
o Morro, entre outras prometem animar os foliões hoje à noite. Em festa desde o
dia primeiro de janeiro, quando tradicionalmente acontece o grito de Carnaval
da agremiação, o bloco madredivino promoveu, durante as prévias momescas, em
sua sede o tradicional ensaio da bateria, das pastoras e da porta-estandarte.
Composto pelas pastoras (mulheres) e
pelos batuqueiros (homens da percussão e da bateria que executam instrumentos
como ritinta, dois-por-uma, taróis de mão, cabaça, chocalho). Com dois CDs
gravados, o Fuzileros da Fuzarca é um dos grupos mais tradicionais de São Luís,
e é formado, em sua maioria, por sambistas e foliões considerados da velha
guarda.
O bloco madredivino é um dos mais
antigos em atividade no Carnaval ludovicense e nasceu da reunião de um turma de
20 jovens que, em uma esquina da Rua São João, no Centro de São Luís, decidiram
criar um bloco carnavalesco lá pelos idos de 1935. No ano seguinte os jovens
fazem sua estreia no Carnaval de 1936. Foi a partir de um filme, em cartaz no
extinto Cine Real (rua do Passeio), que nasceu a inspiração para batizar o
bloco.
Além da tradicional batucada, o grupo
têm outra marca característica. Trata-se da fantasia nas cores preta e branca
que nasceu de uma história nada alegre. Uma moça que fora escolhida para ser a
primeira rainha do Bloco faleceu às vésperas do Carnaval. O grupo não deixou de
sair, mas vestiu-se de preto e branco em sinal de luto.
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