Parafuso reune memorias em livro
Elvas Ribeiro, popularmente conhecido como Parafuso
Por Zema Ribeiro -
jornalista
jornalista
Não poucas vezes adentrei o Bar
do Léo e dei de cara com sua figura muito animada, um copo de uísque sobre a
mesa, às vezes uma garrafa inteira. Sempre nos cumprimentamos com um abraço
efusivo e não era raro ele depois estacionar em minha mesa, entre suas idas e
vindas ao banheiro, para continuar uma história iniciada ou explicar melhor
algum detalhe. E histórias não lhe faltam.
José de Ribamar Elvas Ribeiro, popularmente conhecido como
Parafuso, é uma lenda viva do radialismo maranhense, sua memória viva, não
exagera quem o diz.
Sonoplasta, parte delas entregou
em entrevista ao hoje presidente da Fundação Municipal de Cultura Francisco
Gonçalves e o time de comunicadores que coordenou em pesquisa sobre a versão
maranhense da fantástica guerra dos mundos, livremente inspirada em H. G.
Wells.
As lembranças de Parafuso sobre
este importante, controverso, lendário, curioso e, por que não?, hilário
capítulo da radiofonia maranhense estão em Outubro de 71 – Memórias fantásticas da Guerra dos Mundos,
livro organizado por Gonçalves que reconta a história do dia em que os
marcianos invadiram São Luís.
Lembro que, quando escrevi sobre
o livro para a revista Overmundo (donde,
aliás, meio que cato a abertura deste texto), tentei entrevistar Parafuso
por telefone. Foi a primeira vez em que ouvi falar de Memórias de um
Parafuso, que à época nem sei se já tinha esse título, o livro que o mestre
lança em noite de autógrafos no Bar do Léo, no próximo dia 2 de julho.
Sem perder a elegância nem a
paciência, Parafuso advertiu-me que o que tinha para dizer sobre a “guerra dos
mundos” estava no livro sobre o qual eu estava escrevendo (e que obviamente já
havia lido). E que sobre outros assuntos ele diria num livro que estava
escrevendo com suas memórias. “Aliás, o livro está pronto, falta revisão e
dinheiro para imprimir”, confessou-me.
Tornei a encontrá-lo outras
vezes, mas não a importuná-lo com perguntas do tipo “e o livro?”. Mas a notícia
do lançamento de suas memórias me deixa bastante contente. E ansioso.
Entre as histórias de Parafuso
certamente está a de seu apelido, conforme me contou certa vez: “eu era
irrequieto e um dia na escola o professor [ou era um inspetor?] chegou e
me viu sobre a carteira, sapateando. Ele botou o apelido: parafuso. Dizem que
quando a gente se zanga é que o apelido pega. Eu nunca me zanguei e pegou,
embora carrapeta fosse mais apropriado. Parafuso você bota ele ali, ali ele
fica. Carrapeta, não…
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