Desde o fim da última festa, os organizadores do espetáculo estão se organizando para este ano, quando o circuito vai ter dois palcos, 100 banheiros e sistema de som com cinco locutores, que se revezarão a cada 6 horas nos microfones. A grande dificuldade, segundo os organizadores, é a arrecadação de fundos para a manutenção da festa. Este ano, por exemplo, o apoio veio apenas da Prefeitura, que disponibilizou a estrutura de palcos e som e do Governo do Estado, com o valor de R$ 15 mil, que serão destinados ao custeio de lanches para os voluntários, policiais, bombeiros e demais pessoas que ajudarão na organização do evento, na compra de materiais para a produção do já famoso caldo de feijão, servido aos brincantes dos bois, cachê dos locutores e outras coisas. Contudo, o dinheiro não será o suficiente para a confecção dos troféus que serão distribuídos aos grupos.

“Geralmente a gente trabalha com um orçamento que vai reduzindo de acordo com o que a gente vai conseguindo. E todo ano esse orçamento fica bem menor. Este ano, por acaso, vai ser um dos menores ainda. É sempre muito difícil esse trabalho de garantir o mínimo para a festa. Os grupos vêm sem nenhum tipo de auxilio financeiro, até por que se a gente já tem dificuldades em garantir a estrutura, comprometer-se com algum retorno financeiro para os grupos seria acabar com a festa a longo prazo”, explicou Paulo de Tarso, membro do Instituto São Marçal de Cultura e Desenvolvimento Social, organizador do encontro.

Comércio - Além da participação dos grupos ser espontânea, a presença de vendedores ambulantes no percurso da avenida também não é monetizada, isso quer dizer que o instituto São Marçal não cobra de ninguém para colocar uma barraca ou vender qualquer coisa no dia do encontro. Mas, às vezes, surge algum esperto marcando lotes nas praças e cobrando dinheiro dos ambulantes.

Toda a parte da logística para fazer a festa funcionar também já foi acordada com os órgãos responsáveis. A Polícia Militar deve encaminhar em torno de 500 homens para a avenida para garantir a segurança durante o dia inteiro. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes já sinalizou com o fechamento da Avenida São Marçal, e alguns trechos secundários, o Corpo de Bombeiros irá atuar com pelo menos uma ambulância, além das secretarias de Saúde, que também levarão veículos para emergências. Existe a previsão até da montagem de um hospital de campanha, dentro das dependências do 24º Batalhão de Infantaria Leve. O batalhão, inclusive, ficará responsável, como faz todos os anos, pela produção e distribuição do caldo de feijão. Ao todo, cerca de 800 pessoas estarão trabalhando no evento.

Na parte da decoração, faltando uma semana para o grande encontro, a Avenida São Marçal ainda não está a contento para os organizadores da festa. O presidente do Instituto São Marçal, Raimundo Morais, afirmou que o ideal era que o trecho da via já estivesse completamente tomado pelo espírito da comemoração em honra a São Marçal e ao boei-ro, já que dia 30 de junho também é dia nacional do Bumba Meu Boi, mas a falta de recursos impede que os enfeites sejam colocados. O resultado é que, este ano, serão utilizadas as mesmas flâmulas usadas em 2013, mas que serão postas apenas no sábado, para que elas possam ser retiradas na terça-feira, guardadas e, quem sabe, reutilizadas ano que vem. “A gente faz a festa pelo prazer da festa, pela cultura”, argumentou.

Tradição de São Pedro pede ajuda para realizar festa

São Pedro é um dos santos mais festejados do período. O único que tem feriado, procissão marítima e, depois de São Marçal, o maior encontro de grupos de Bumba Meu Boi do país. Contudo, a festa para o santo, que começou na sexta-feira, não tem o mesmo brilho que outros arraiais da cidade, tidos como grandes, a não ser no dia 29. Fora isso, a organização tem que ir à luta para conseguir algum tipo de incentivo. “A gente já enviou ofício, conversou, mas eles (do poder público) dizem que o nosso arraial é pequeno e que só os grandes é que vão ter algum tipo de incentivo”, conta Regina Soeiro, coordenadora do Conselho Comunitário da Igreja de São Pedro.

Regina critica a visão dos governantes, pois, apesar de ser um arraial pequeno, o festejo no Largo de São Pedro é um dos mais antigos da cidade e o encontro de bois é uma tradição que remonta mais de 70 anos. Sem falar na procissão marítima, que reúne centenas de embarcações, e que este ano sairá às 08h, do dia 29, da Rampa Campos Melo.

Já às 16h30, do mesmo dia, será dada largada à procissão terrestre, que vai percorrer as ruas de São Pantaleão, Passeio, Largo do Cemitério da Saudade e se encerrará com a missa campal no Largo de São Pedro. “Estamos em cima da festa, que será realizada na graça de Deus e sempre na preocupação de oferecer o melhor aos fiéis”, explicou Regina.

Presença de crianças e adolescentes em grupos juninos é regulada por portaria da 1ª Vara de Infância e da Juventude.

A presença de menores em brincadeiras e grupos durante o período junino está sendo regulada por uma portaria expedira pela juíza Lívia Maria da Graça Costa Aguiar, que atualmente responde pela 1ª Vara da Infância e da Juventude de São Luís.

Segundo a portaria, a participação de menores nas brincadeiras só será possível mediante alvará judicial que autoriza crianças e adolescentes a participar desses grupos que se apresentaram nos arraiais de São Luís. De acordo com o Setor de Proteção à Criança e ao Adolescente (SPCA), foram expedidos cerca de 59 alvarás.

Crianças de até 6 anos não precisam de alvará judicial, no entanto devem estar autorizadas e acompanhadas, de perto, pelos pais e/ou responsável legal, com participação permitida até as 22h. Crianças entre 6 a 12 anos incompletos necessitam de alvará judicial, sendo permitida sua presença e participação em agremiações até as 24h. Já os adolescentes (maiores de 12 anos) poderão participar após as 24h, desde que autorizados pelos pais e/ou responsável legal - autorização expressa e escrita - ou acompanhado por estes. Com base nesses pontos, o SPCA, coordenado pelos comissários de Justiça Airton Silva e Kássio Ri-beiro, atuará junto à vara durante os festejos, fiscalizando os principais arraiais da cidade.

Em caso de descumprimento da portaria e/ou constatada irregularidade ou situação de risco, além das sanções legais cabíveis ao promotor do evento/grupo, a criança e/ou adolescente será retirado daquela situação de risco e entregue aos seus pais ou responsável legal, com referido termo de entrega. A desobediência à portaria que disciplina a participação de menores nas brincadeiras também pode implicar na suspensão da agremiação junina, entre outras sanções.

Segurança - Durante os festejos juninos, a Polícia Militar do Maranhão está atuando com um efetivo reforçado nos principais pontos de aglomeração de brincantes. Até o fim do mês, a polícia irá trabalhar principalmente dentro dos bairros. Os principais arraiais da cidade terão equipes permanentes de policiamento, enquanto o grupo tático móvel e a Operação Cerco Total irão realizar incursões, blitz e barreiras nas principais avenidas. Além disso, cada batalhão irá trabalhar com uma van, com pelo menos 10 policiais. Essas vans irão sair pelas ruas e parar em pontos estratégicos para realizar blitz relâmpagos e também revistas em locais de grande movimentação. Ainda nos arraiais, os policiais irão solicitar o alvará de funcionamento dos locais para saber se todos os requisitos para instalação foram cumpridos.

Para a Copa do Mundo, que ocorre junto com os festejos, a PM também armou um esquema especial de segurança. Para cada dia de jogo serão colocados nas ruas cerca de 400 policiais, distribuídos em pontos de grande circulação de público. Entre esses pontos será dada uma maior atenção para a Avenida Litorânea, centro da Cidade, Centro Histórico, Avenida São Luís Rei de França e Rua do Aririzal, locais que no último jogo conseguiram aglo-merar uma quantidade significativa de torcedores.

Confira sempre o certificado de garantia do foguete;

Não segure os fogos de artifício com as mãos, prenda o rojão em uma cerca ou em um muro, por exemplo, e não fique próximo na hora de acender;

Não tente acender fogos que falharem;

Dispare fogos somente ao ar livre, um de cada vez, longe de substâncias inflamáveis ou redes elétricas;

Evite acender fogueiras embaixo das redes de energia elétrica;

(Fonte: Corpo de Bombeiros Militar)

São Marçal é o santo que fecha o mês de junho. Desde 1928, diversos grupos de bumba meu boi encontram-se no bairro João Paulo para prestar homenagens e pedir bênçãos e proteção ao padroeiro. A estimativa é de que pelo menos 300 mil pessoas passem pela festa, tendo um público fixo de 80 mil boieiros. Os batalhões pesados da Maioba, Maracanã, Iguaíba e São José de Ribamar devem liderar as homenagens.