Maranhao perde o poeta Jose Chagas

O poeta José Chagas faleceu, na tarde desta terça-feira (13), em São Luís, vítima de complicações de um acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto. Ele estava internado no Hospital UDI, desde 23 de abril.
Aos 89 anos, o escritor é reconhecido como um dos principais poetas do Maranhão, possuindo uma vasta bibliografia. Dentre as obras publicadas, estão ‘Canhões do Silêncio’, ‘Os Telhados’, ‘Azulejos do Tempo’, ‘Apanhados do Chão’ e ‘Maré/Memória’.
O poeta, batizado de José Francisco das Chagas, nasceu em Piancó (PB), em 29 de outubro de 1924. Mudou-se para o Maranhão há mais de 50 anos. Jovem passou longa temporada em Pedreiras, depois veio para São Luís, cidade que adotou como sua.
Em 1994, o escritor foi enredo da Escola Favela do Samba, que utilizou uma das obras do escritor ‘Os canhões do silêncio’, para desfilar no carnaval.
Em outubro do ano passado Chagas foi homenageado pela Academia Maranhense de Letras (AML), onde ocupava a cadeira de número 28. No dia em que completou 89 anos, a AML presenteou o autor com a reedição do livro ‘Colégio do Vento’. Na ocasião, escritores da Academia se reuniram na casa de José Chagas para celebrar o aniversário do escritor e entregar a reedição do livro de sonetos.
Em dezembro ele recebeu outra homenagem. Desta vez, poemas seus foram musicados e viraram canções gravadas por cantores maranhenses e nomes importantes da MPB, no disco ‘A Palavra Acesa de José Chagas’, um projeto do cantor e compositor maranhense, Zeca Baleiro.
VIDA E OBRA DE JOSE CHAGAS
JOSÉ CHAGAS: 80 Anos de Vida & Poesia que é a própria Vida
28 de novembro de 2005
80 Anos de Vida & Poesia que é a própria Vida
Há uma empatia muito forteentre o poeta José Chagas e a Ilha dos Amores.
Quando lemos seus textos, percebemos o quanto há de cumplicidade e intimidade entre ambos, de sorte que, literária e umbilicalmente, não há como ver um sem o outro. A obra literária de José Chagas é o maior testemunho de um amor, e porque não dizer de uma paixão rara, que se vem renovando ao longo de décadas.A intimidade entre ambos flui espontaneamente como fruto de vivência compartilhada. Um dado comum a eles tem sido a solidão, o silêncio, a reflexão e a meditação. O fato aparentemente incomum entre ambos está na proporção em que o poeta transforma esse silêncio em outro tipo de silêncio, ou seja, no das palavras, que é eloqüente, embora sem fala. O poeta, assim, se transforma em intérprete e porta-voz do que a cidade-ilha vê, ouve, percebe, testemunha, mas sem poder denunciar, de sorte que há uma complementariedade em que um é a extensão do outro:
[...]
aqui testemunho
o crime do silêncio,
compareço ao vazio
e não lhe nego aplausos
sei amar sem amor sua densa amplitude,
cárcere solto
punindo meus olhos
com a própria fuga
[...]
enquanto sofro
soluço meus ossos
choro papel e pó
medito relva
murmuro muro
me amparo a um seio de solidão
e ordenho o seu manancial impuro.
(Os Telhados, p.12-13)
José Chagas morou quase sempre só, em São Luís, como se ele em si
OS 80 ANOS DE UM POETA PAI-D’ÉGUA

O poeta José Chagas na
biblioteca de sua residênciaO jovem pensa saber tudo, teracesso à chave da sabedoria, conhecer a vida de cor e salteado, na palma da mão. Só que, logo de saída, a mão contém o maior enigma do Universo, o M, que é o dábliu às avessas, espécie de marca registrada ou de patente anônima do dono dessa obra da criação, o ser humano. Mas o jovem petulante, ousado, audacioso, que ainda não tem na pele nenhuma marca como resultado de ações perpetradas por ele próprio, senão frívolas tatuagens e piercings que, pelo visto, não correspondem ainda em significado, aos arabescos que ilustram, na pele, o correspondente às viagens dos marinheiros e pescadores tipo Lobo Larsen, Capitão Ahab e o Velho Santiago, permanece inconseqüente e temerário. Então, pensa ter a chave da sabedoria, mas o destino vem e diz, Eu sou a Sabedoria! E apresenta ao jovem a bifurcação, o labirinto. Basta um toque dele e são mudados os caminhos, veredas e atalhos idealizados. As pedras são trocadas no tabuleiro.
biblioteca de sua residênciaO jovem pensa saber tudo, teracesso à chave da sabedoria, conhecer a vida de cor e salteado, na palma da mão. Só que, logo de saída, a mão contém o maior enigma do Universo, o M, que é o dábliu às avessas, espécie de marca registrada ou de patente anônima do dono dessa obra da criação, o ser humano. Mas o jovem petulante, ousado, audacioso, que ainda não tem na pele nenhuma marca como resultado de ações perpetradas por ele próprio, senão frívolas tatuagens e piercings que, pelo visto, não correspondem ainda em significado, aos arabescos que ilustram, na pele, o correspondente às viagens dos marinheiros e pescadores tipo Lobo Larsen, Capitão Ahab e o Velho Santiago, permanece inconseqüente e temerário. Então, pensa ter a chave da sabedoria, mas o destino vem e diz, Eu sou a Sabedoria! E apresenta ao jovem a bifurcação, o labirinto. Basta um toque dele e são mudados os caminhos, veredas e atalhos idealizados. As pedras são trocadas no tabuleiro.
Se você for atento no jogo como José Francisco das Chagas o foi, se você for paciente, humilde, simples, perseverante, se você for obstinado, determinado, mas não obsessivo, e souber lutar para se tornar um decifrador, então poderá se transformar mais adiante em sujeito e senhor de seu próprio destino, através das obras que realizou, como produtor, criador, dono de patentes, como o poeta José Chagas se transformou através da mágica de sua poética.
Aos 80 anos, ele sabe que o Destino, em certa parte avançada da estrada da vida, lhe acenou e disse, Sim, agora é com você! Agora é por aí! Então o Destino pode conferir ao ser humano a capacidade de assumir o controle da situação, através do que faz. Antes disso, durante vários anos, o ser humano é convocado a sofrer, a ser testado.
A princípio, ainda em pedra bruta, o homem clama por admiração, aplausos, unanimidade em torno de sua pessoa. Quer ser posto pelo pedreiro na cobertura.
Mas vem o Mestre-de-Obras e diz, Essa pedra tem arestas demais. É áspera ainda, rugosa. Não serve nem para o alicerce, nem para o topo da construção. Ainda está em estado bruto. Deixemos que sofra sol e chuva, frio e calor, tempestade e bonança; conheça o negrume do lodo e o verde do limo e do musgo, até que se torne macia como o veludo.
A estrada da vida é um campo aberto para muitas cogitações. A poesia de José Chagas é um campo fértil para diálogos e indagações, se se considerar que a própria Bíblia impõe que homem e mulher ganhem a vida com o suor do próprio rosto. Se pela obra de um escritor se lê a alma, a vida dele, então os poemas de José Chagas são cartas para todas as criaturas do Universo, já que a matéria de seus poemas é a vida, o tempo presente.
O poeta José Chagas não nos dá lições de vida, pois não escreve livros de auto-conhecimento e auto-ajuda. Ele amplia o debate sobre as questões que angustiam a todos os seres humanos. Ele nos matricula no Colégio do Vento, nos faz sentar praça no regimento dOs Canhões do Silêncio, nos convoca ao paciente jejum e abstinência no alto do mirante, para quando o Touro desafiar a nossa fé, dizendo, Dar-te-ei os tesouros encantados de El-Rei Dom Sebastião, se me servires e adorares!, digamos, Não! Queremos ouvir o vento que sopra sobre Os Telhados.Daí para frente, somos convocados a descer do mirante e conversar com os seres humanos-caranguejos, para conhecermos da ciência do bem e do mal da fome, da sede e da miséria na Maré/memória da periferia. Deste estágio em diante, o poeta atinge a Sabedoria.
A equipe de editoração deste Suplemento, constituída por Alberico Carneiro, Cesar Teixeira, Frederico Machado, Josilda Bogéa Anchieta, Marcelo Araújo e Wilson Caju, em nome do Jornal Pequeno, parabeniza o poeta José Chagas pelo seu 80º aniversário, em 29 de outubro, desejando-lhe votos de ad multos annos.
mesmo fosse também uma ilha. E teve que, de fato, aprender a difícil arte não só de morar numa Ilha, mas ser ele próprio Ilha, para poder viver na própria pele e carne o que é ser ilha, para melhor poder cantar a Ilha de São Luís, sem máscaras e hipocrisia, cercado por belezas e perigos por todos os lados. Em Lavoura Azul há um poema Canção Cigana que bem ilustra esse ponto de vista:
Quem pelo mundo se erra e morre e nasce de novo, é filho de cada terra e é filho de cada povo.
Quem pelo mundo se vai, sem ter ninguém que o acompanhe de si mesmo se faz pai de si próprio se faz mãe E quem pelo mundo a esmo gira e só em si é completo, torna-se irmão de si mesmo ou é de si mesmo neto.
Assim conduzo a família latente em mim mesmo, e ponho a casa e toda a mobília no seguro do meu sonho Lendo-se Os Telhados, Os Canhões do Silêncio e Maré/memória principalmente, tem-se a sensação de que Ilha e Homem interagem, aglutinam-se e integram-se numa simbiose, numa metamorfose, antropomorficamente.
São dois e, no entanto, um só. Estão separados e são unos. Outro dado essencial desse casamento reside na constatação de que não foi a Ilha que o adotou como filho, senão ele que a adotou como mãe. E não resta a menor dúvida de que nunca houve filho mais devotado, cari-nhoso, puro, com verdade, desapego e abnegação.
Dir-se-ia que ele percebeu que, infelizmente, alguns daqueles que são, por certidão de batismo, seus filhos legítimos, tidos na conta de ilustres, procedem como se fossem filhos não da bela e decantada Ilha dos Amores, mas filhos da (...). Deixamos os parênteses para que o povo ponha a palavra adequada.
Apesar dos de cujus declararem, em frases derramadas e até em slogans, morrer de amores e de paixão por ela, extremadamente, não são senão sepulcros caiados.
Esses conhecidos cidadãos esvaziaram a frase belamente emoldurada, São Luís, meu amor, minha paixão! Como é vergonhoso usar a Ilha como pretexto para corromper, trafi-car influências!
O poeta José Chagas é incisivo quando ataca essa laia de gente torpe, preferindo ficar de tocaia contra o artimanhoso e armadilhoso amante:
[...]
que é preciso que o homem se abrigue
[em sombras
para meditar contra si e os outros,
para ocultar-se do inimigo ou esperá-lo em ódio,
para conviver o vício ou trabalhar seu ócio.
[...]
(Os Telhados, p. 20)
José Chagas adotou São Luís como mãe. Um atípico caso de quem, tendo já uma mãe biológica a quem ama com todas as forças de seu coração, se sente na obrigação de adotar uma mãe rejeitada por uma Corte de seus próprios filhos. Adotá-la, não como mãe-de-leite, mas como uma outra mãe que, apesar de ter supostamente milhares de filhos, estes, na realidade, pouco ou quase nada podem fazer por ela. Assim, José Chagas viu, do alto dos mirantes, de sobre os telhados, o que estava sob eles, uma cidade tratada pelos filhos de terno, colarinho branco e gravata, como uma esmoler. Então, resolveu tirá-la da mansarda das ruas e colocá-la no Poema:não cabe dormir
senão para sempre.
e tudo o que devo
é estar no meu posto
condenado a mim.
aqui colho o trevo
estampado no rosto
deste seco jardim.
(Os Telhados, p. 23)
Para que José Chagas pudesse se entregar de corpo e alma ao duro ofício de, como Bandeira Tribuzi, Ferreira Gullar e Nauro Machado, viver visceralmente a pulsação, o coração e o cérebro da Cidade-Ilha, Deus deu-lhe vida longa e lhe dará muito mais, para que possa denunciar os desmandos públicos cometidos contra uma cidade que, embora tombada como Patrimônio da Humanidade, esteja caindo aos pedaços, como se uma inexorável guerra tenha sido, há décadas, decretada contra os casarões, sobrados e o povo da periferia da Ilha.
Seria preciso que, da Praça Deodoro ao Cemitério do Gavião; da Madre se entregar de corpo e alma ao duro ofício de, como Bandeira Tribuzi, Ferreira Deus ao Mercado Central; do Portinho e do Desterro à Praça João Lisboa e desta à Rampa Campos Melo, se edificasse uma passarela obrigatória, por onde as autoridades maranhenses tivessem que desfilar todos os dias, sob o risco do desaba-mento ou dos assaltos, para que algo mudasse.Ouçamos o poeta falando sobre esse desprezo, sobre a coisa pública:
cantarei silêncio
de caliça e chão
todo canto é imenso e o
nosso ouvido é vão.
(desço da palavra
por sabê-la alta
por sabê-la em fogo
na mudez incauta.
e a palavra acesa
não vos queima em vão,
deixa uma beleza
posta em seu carvão.
se não vos atinge
como espada ou seta
é que sois vós a esfinge
não culpeis o poeta)
(Os Telhados, p. 24)
Ao longo de longa vida, José Chagas tem-se entregue de corpo e alma para revelar ao povo maranhense, ao Brasil e ao Exterior, o negativo do retrato da face daquela que tanto ama e que adotou como mãe. Daí, sua vida ter sido uma devoção, um legítimo e irrecusável sacerdócio.
Percebe-se que, nas últimas oito décadas, a Ilha de São Luís foi tão impiedosamente fornicada, que os fi-lhos que a amam de fato parecem bastardos.
Para constatar essa afirmação, seria preciso que lêssemos, além dos livros de poemas de José Chagas, já citados, sobre São Luís, também as suas sátiras como O discurso da ponte, O caso da ponte de São Francisco e as inúmeras crônicas que escreve e que foram selecionadas nos livros Pedra de Assunto e As armas e os barões assassinalados. São crônicas que têm por base a crítica, sob a forma de denúncia das mazelas sociais. São sátiras que revelam os desmandos e os descasos das ditas autoridades competentes. Nessas crônicas ele está sempre à procura de poder defender os legítimos filhos da Ilha e defendendo-lhe o patrimônio usurpado por um trono de sangue real que não se sabe de onde veio, se nem El-Rei Dom Sebastião aqui esteve.Seus poemas principais nesse sentido, Os Canhões do Silêncio, Os Telhados e Maré/memória são o retrato fiel de quem está permanentemente da Mãe-Ilha:
e a luz atual corrói as
grandezas de antes.
sol de clarabóias
míngua nos mirantes.
e uma torre é gasta
em já não ser mais torre
esvaída em sinos
seu silêncio é bronze
(Os Telhados, p. 26-27)
Trata-se de alguém que vivencia a atmosfera da cidade em todos os sentidos. Alguém que conhece, detalhe por detalhe, a vida cotidiana da Ilha. Alguém que conhece quais são os amigos e os inimigos desta tão malamada e malarmada Atenas Brasileira. E denuncia aos quatro ventos a crueldade, armando-se de poesia.
Os canhões são poemas, versos e estrofes que se transformam em soldados, alas, batalhões de letras, formados de palavras e frases, em períodos e parágrafos que vão formando os pelotões de linha de frente para o ataque contra os que saqueiam a Cidade-Ilha. Então, na calada da noite e à luz do dia, em silêncio, as estrofes-pelotões da Maré/memória vão desbaratando as barricadas de quantos, com o maior cinismo deste mundo, mas também em silêncio, à base da maquinação e da sub-repção, não querem deixar que desta São Luís fique pedra sobre pedra.
Os Telhados, de onde José Chagas aciona Os Canhões do Silêncio para mostrar a Maré/memória dos bastidores da Ilha, são uma espécie de posto de retaguarda, de onde ele, ao longo de inúmeros anos, não só contemplou a cidade de São Luís, mas a defendeu como que de uma trincheira, com a santa fúria de seus versos:
[...]
o desastre dos dias atirou-me
contra as arestas móveis do teu mito,
e de onde venho a liberdade esmago
com minhas mãos fechadas para o encanto.
capaz de solidão e de mais nada,
restrinjo-me à janela onde recebo
alimento do céu, ar e paisagem.
[...]
dura esfinge que se apóia em minha língua
sem que eu perceba um paladar de glórias.
o enigma envenena-me a saliva,
sua acidez corrói toda palavra
que eu pudesse exprimir contra teus ventos
que vim fazer à margem de teu eterno?
(Os Telhados, p. 31-32 )
Ah, a solidão, o silêncio, a mordaça imposta aos telhados, testemunhas de tudo, cúmplices surdos-mudos que, do alto dos mirantes, tudo sabem, tudo vêem, tudo sentem com o vento que sobre eles sopra e passa noite e dia e com ele tece um quinhão de páginas do diário de poesia da Ilha para o poeta. Sim, eles assistem à vida e à morte passando, acontecendo. São testemunhas oculares (pois que estão sempre de vigília) de nascimentos e genocídios. Sentem a pestilência e o fedor que emana de certos humanos de terno, colarinho branco e gravatas, mas que são piores do que ratos.
Sim, os telhados sentem, mas não podem falar, denunciar, gritar, acusar, julgar. Estão amordaçados pelo musgo, pelo limo e pelo lodo da incúria, mas a Maré/memória fala por eles. Por isso é que José Chagas para escrever sua Maré/memória conversa com eles, com os telhados. Dialoga, anota suas inconfidências em cadernos. É aí que se transforma no porta-voz e intérprete dos telhados de São Luís. Então torna público a verdade irrefutável sobre falcatruas, desmandos e descasos. E acabamos por concordar, Ah, se os telhados falassem! Então os porcos não seriam anjos; as serpentes não seriam pombas; os puros não seriam tantos e as noites não seriam brancas.
Desse ponto de vista do intérprete e porta-voz, José Chagas se transforma naquele poeta, cuja obra quase compacta é um único poema autobiográfico. Mas, curiosamente, essa autobiografia é de quem amou e ama tanto, que acabou ao final, escrevendo, antes a história poética da própria Ilha, do que a dele próprio. Mas, como a própria história da vida de José Chagas se confunde e confina com a história da própria Ilha, a biografia que ele faz da Ilha acaba sendo simultaneamente a própria autobiografia da Ilha e dele, que está contido inarredavelmente nela, tanto quanto ela está nele. Já que ele é o porta-voz e intérprete dos Canhões do Silêncio, fazendo-os disparar através do silêncio eloqüente das palavras, bem como dOs Telhados, ao denunciar ao que eles assistem, através das inconfidências que lhes são trazidas pelo vento. E que inconfidências! Mas como telhados, à maneira de mato e parede, têm olhos e ouvidos, eles tudo segredaram ao poeta. E aí está o relatório pronto.
Como à imitação de Cristo, usando o verbo como arma, José Chagas usa-o também como látego contra os vendilhões da Ilha. Mas os vendilhões se fazem de hipócritas e continuam disfarçados de reis, príncipes, princesas e rainhas em eterno carnaval.
Sob suas alegorias, brincam uma eterna Marafolia. Na realidade, não deram ouvidos ao que o poeta denunciou dOs Telhados, ao acionar Os Canhões do Silêncio, tentando com a Maré/memória mudar os rumos da História do Maranhão.
Sim, o poeta José Chagas está de parabéns pelos seus 80 anos de vida e resistência. A poesia e o Maranhão também. Não sabemos se todos podem dizer Amém! Em todo caso, dizemos, Assim seja! Meia palavra basta. Sim.
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