Predio abandonado do antigo hortomercado no Monte Castelo colabora para aumento dos assaltos
PORJULLY CAMILO para o Jornal Pequeno
Comerciantes, estudantes e frequentadores da Rua Sílvio Romero, esquina com a Avenida Getúlio Vargas, no Bairro do Monte Castelo, reclamam do abandono total do prédio onde funcionou o antigo hortomercado do bairro e abrigou também a Cobal, além de diversos comércios, que tem colaborado para o crescimento do número de assaltos na região, uma vez que serve de esconderijo para criminosos e usuários de drogas. O imóvel está com parte de sua estrutura física comprometida; seu interior tem servido apenas para acumular lixo, mato e entulho. Há, aproximadamente, cinco meses foi cercado por tapumes sob a alegação de reutilização das dependências, com nova finalidade, mas até o momento a área continua sem utilidade e parte do cercado de proteção destruído. O prédio fica próximo de escolas, cursos técnicos, comércios e paradas de ônibus, deixando as pessoas ainda mais expostas à violência.
Segundo a comerciante Irene Pinheiro, de 46 anos, depois da inutilização do imóvel o local ficou muito perigoso. Ela explicou que depois das 18h é praticamente impossível permanecer na região. “Trabalho aqui ao lado da parada há dez anos, mas graças a Deus nunca fui assaltada; porem, já presenciei muita coisa e por isso adoto certos cuidados para evitar o encontro com os criminosos que agem na área. Em novembro do ano passado, cercaram esse prédio onde funcionou a antiga Cobal, mas nunca soube o que seria construído aí, pois jamais fixaram placa ou qualquer material informativo. Algum tempo depois, os usuários de drogas quebraram parte dos tapumes e agora entram no local facilmente, se escondem, consomem entorpecentes, fazem suas necessidades fisiológicas e utilizam até como motel”, explicou.
O vigilante Fábio Ayres, de 38 anos, que trabalha em uma escola da região, contou que quando o imóvel foi cercado várias especulações surgiram sobre a nova finalidade. Ele disse que já se falou em utilizar as dependências do prédio para a instalação de uma universidade, depois houve a possibilidade da construção de um supermercado e por fim um empreendimento residencial do programa federal Minha Casa Minha Vida. “Muito se falou e até agora nada se fez. Infelizmente, o policiamento da área deixa a desejar e nós acabamos fazendo o trabalho que é de responsabilidade da segurança pública. Outro dia, uma jovem foi assaltada e eu mais um colega, que também trabalha como vigilante, fomos intervir na ação do bandido. O assaltante tomou a bolsa da mulher com R$ 1.500 e após retirar o dinheiro jogou por cima dos tapumes. Ele conseguiu fugir e nós recuperamos a bolsa com os documentos, mas sem o dinheiro. A violência é grande e esse prédio abandonado só facilita a vida dos assaltantes e usuários de drogas”, relatou.
Assalto – A estudante Karina Silva Ferreira, de 21 anos, informou ser aluna de um curso técnico situado perto do prédio e que, todos os dias, embarca e desembarca do ônibus em frente à antiga Cobal. Ela explicou que dois colegas que estudam no turno da noite já foram assaltados na área e frisou que após as 17h30 o lugar fica muito perigoso. “No início da noite, essa área já se torna erma e esquisita, o que torna ponto fácil para viciados e assaltantes. Dois amigos, em dias alternados, já foram roubados, enquanto aguardavam o ônibus. Uma teve a bolsa roubada e outro foi o celular; eu até pensei em estudar à noite, mas por conta da violência e da falta de segurança nesse trecho, desisti”, afirmou.
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