Arlete Nogueira Machado em noite de lancamento de novo livro

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Arlete Nogueira Machado em noite de lancamento de novo livro

Memórias poéticas de Arlete Nogueira da Cruz

Escritora lança hoje, às 19h, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho o livro de poesia O Quintal, seu 12º título.
Carla Melo
Do Alternativo
Resultado de um mergulho em suas memórias da infância, a escritora Arlete Nogueira da Cruz traz à tona O Quintal, publicação que lança hoje, às 19h, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande). O livro é o 12º da escritora, que narra reminiscências de seus primeiros 10 anos vividos em sua cidade natal, Cantanhêde (MA).
A obra tem prefácio do ensaísta maranhense Rossini Corrêa e posfácio do esposo da autora, o poeta Nauro Machado. O Quintal foi escrito em 2013 e trata-se, nas palavras de Arlete Nogueira da Cruz, de um "poema quase prosa" resultado do que ficou impresso na sua alma e sua memória, a partir de uma viagem feita por ela àquela cidade.
A ida a Cantanhêde se deu por ocasião de uma homenagem, quando a autora recebeu dos conterrâneos uma honraria que culminou com a encenação de seu poema Litania da Velha. A encenação ocorreu na plataforma da estação ferroviária, local onde a escritora nasceu e viveu seus primeiros anos de vida. "A encenação foi durante a noite, uma noite linda e emocionante, acho que um dos momentos mais emocionantes de minha vida", assinala a escritora.
Em frente à estação - que está em ruínas - na rua, à beira dos trilhos, pessoas ocuparam 500 cadeiras, com outras sentadas no chão e nas beiradas dos telhados das casas em frente, para ver a apresentação do poema. "A peça era uma surpresa para mim e quando cheguei estava lotado, chorei, foi lindo", relembra ela.
Nauro Machado faz esta observação no posfácio do livro: "O Quintal, é bom esclarecer, não é apenas um poema de denúncia, quase à similitude (menos à metafórica) de sua Litania da Velha, pois acrescenta àquele seu notável poema, as lembranças e coisas que mais lhe marcaram a existência, principalmente aquelas de quando era ainda bem criança...".
O Quintal, diz a escritora, "reflete em grande parte certas lembranças de infância na minha terra natal, acrescentando-se a elas a visão que me incomoda de um presente desconfortante, perverso e injusto".
É desejo de Arlete Nogueira da Cruz lançar o livro também em Cantanhêde. "Devo fazer um lançamento lá sim, mas ainda não temos nada programado. Quero fazer isso pois devo muito à minha terra natal, onde vivi por 10 anos".
Abertura - No texto de abertura do livro, a escritora relata que além das memórias vindas ao revisitar a cidade, outra fonte de inspiração foi sua antiga residência, localizada no Centro de São Luís, construída no fim do século XIX, e que tinha um grande quintal. "O livro resulta muito da impressão que me ficou desses anos no interior do Maranhão e da casa de São Luís, que deixamos forçados principalmente pelos assaltos sofridos".
Para seus leitores, Arlete Nogueira explica que o poema foi escrito "em instantes de absoluta luta pela vida, cercada das mais ingentes exigências, às quais procurei dar conta com especial entrega e coragem".
A autora dedica a obra aos seus irmãos: "Estas fatias de um bolo só, feitas da mesma massa e preparados pelos nossos pais, fatias muito parecidas entre si em razão desta progênie".
Alguns críticos e escritores externaram suas impressões sobre a publicação, que chega ao mercado de maneira independente. "Há nas páginas de O Quintal um intenso sopro lírico, que é, no fundo, uma das mais salientes características de sua escrita desde Litania da Velha", opina o poeta, tradutor, ensaísta e membro da Academia Brasileira da Letras, Ivan Junqueira.
"Quase todos nós temos um quintal plantado em algum lugar da infância, território nunca abandonado, reino no qual, tantos anos depois, continuam vivos árvores, pássaros e sonhos. Neste começo de ano, recebo de minha querida amiga Arlete Nogueira da Cruz o presente de O Quintal, o mais recente livro dessa mulher 'comprometida com o reino da beleza', como escreveu Rossini Corrêa na apresentação do livro", diz a romancista, ensaísta, professora-doutora da UFPE e membro da Academia Pernambucana de Letras Luzilá Ferreira.
"Como já aconteceu antes, ao findar, ao terminar a leitura de O Quintal, perguntei-me: - Por que os livros da Arlete me emocionam? - Porque, respondi a mim mesmo, ela é sempre capaz de trazer para a luz o que estava confinado na sombra. Porque é capaz de criar um verso (verso?) como este: Carvão, essa negra pedra engessada em dor", escreveu o jornalista, romancista e ensaísta, Mário Pontes
"Todos nós que tivemos, que vivemos no 'quintal', todos nós que viemos do interior, temos uma alma vegetal-mineral dos quintais de antanho. Você nos dá uma visão diferente de São Luís: o progresso imperioso e devastador. Mas no fundo, continuamos sempre no mesmo e eterno quintal. Parabéns", escreveu o ensaísta e poeta e professor-doutor da PUC/RJ, Affonso Romano de Sant'Anna.

Serviço

• O quê
Lançamento de O Quintal, de Arlete Nogueira da Cruz
• Quando
Hoje, às 19h
• Onde
Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande)

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