OS CAZUMBÁS DE ABEL TEIXEIRA

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OS CAZUMBÁS DE ABEL TEIXEIRA

ALTERNATIVO - O ESTADO DO MARANHÃO



Aos 71 anos, Abel Teixeira, artesão, faz caretas de cazumba desde 1959. Dono de um estilo próprio, o mestre trabalha em casa e tem apenas a ajuda da esposa. “Já ministrei muitas oficinas, mas ninguém aprendeu a fazer”, diz.

Morador da Vila São Sebastião (Coroadinho), o artesão tem caretas espalhadas pelo mundo. “Já vendi para os Estados Unidos, Portugal e para outros países. Muita gente do Brasil também procura as caretas para comprar”, sentencia, ressaltando que já ministrou oficinas em várias capitais brasileiras e em Portugal.

Dificuldades - A dificuldade em passar seus conhecimentos durante as oficinas, diz o mestre, ocorre devido ao tempo estipulado para o aprendizado. “Demora um tempo para se aprender a fazer essas caretas e as oficinas duram poucos dias”, reclama.




As caretas de cazumba de mestre Abel são confeccionadas em tecido (brim) e sempre nas cores amarela, laranja, vermelho e branco. As orelhas salientes enfeitadas com paetês multicolores, da boca pendem canutilhos e os olhos, caseados com linhas grossas e também coloridas são as principais características do inconfundível trabalho de mestre Abel.

Para ele, a parte mais difícil do trabalho é a confecção dos olhos. “Muita gente não sabe casear, os olhos ficam grandes ou tortos, e aí a careta não presta”. Exigente com seu trabalho, mestre Abel trabalha o ano inteiro na confecção do acessório. A demanda por seu trabalho ficou maior, quando, na década de 90, ele fez caretas sob encomenda para o grupo Barrica. “Como sobrou tecido, resolvi aproveitar e fazer as miniaturas”, relembra.

Desde então, as miniaturas têm sido bastante procurada pelos turistas e amantes da cultura popular. Reproduções em menor escala das caretas originais, elas mantêm todas as características das maiores. “São bordadas, costuradas, faço como faço as grandes”, explica.


Confecção – As caretas de mestre Abel são costuradas à mão e para ele, vale a máxima “careta de cazumba quanto mais feia, mais bonita”. Ele conta que, ao longo dos anos, muita coisa mudou não só na careta, mas na indumentária do cazumba.

Integrante do Boi da Floresta há décadas, Abel Teixeira lembra que, quando começou a dançar bumba meu boi, ainda no município de Viana, as caretas eram todas confeccionadas em madeira.

Apesar de fazer atualmente apenas caretas de pano, Abel Teixeira dança com uma feita de madeira. “Esta careta foi feita em 1979 e me acompanha desde então”, diz. Recoberta com pêlos de carneiro tingidos de laranja, a máscara tem um mecanismo que possibilita o movimento do maxilar à proporção que o usuário mexe a boca.

O artesão explica que no interior, as caretas ainda são feitas com madeira. “Mas aqui não tem como fazer porque tem toda uma ciência: a madeira, paparaúba, tem de ser retirada na lua nova para não rachar e depois tem todo o trabalho de esculpir, o que demora muito tempo”, explica.

Embora mantenha um vínculo afetivo forte com o Boi da Floresta, mestre Abel também fornece para outros grupos, do mesmo sotaque. Um deles é o boi de Santa Fé. “Compramos as caretas da mão do Abel e elas são usadas normalmente pelas mulheres e por quem ainda não domina a técnica de brincar com as caretas grandes”, diz o diretor do boi, José Olhinho.



Estilo de mestre

• As caretas confeccionadas em brim

• Cores: amarela, laranja, vermelho e branco.

• Orelhas salientes têm paetês multicolores

• Canutilhos pendem da boca

• Olhos têm linhas grossas e são coloridos
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1 comentários:

Valentina Sandoval Moreno disse...

Oi! Joel Jacinto, tá muito interesante e completo este artículo sobre o Mestre Abel. Eu sou da Colombia e gostaría de ter o contato do mestre, Tipo um telefone o algum contato pra conhecer melhor este importante trabalho.
Agradeço muito. Valentina Sandoval
Asociación Cultural Teatrova
Bogotá Colombia

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