TESTAMENTO DO JUDAS DO LABORARTE -2017
I
Atenção, vassalos meus
Venham receber a herança
Que deixo pra vocês
Se sujarem tal criança
Não venham chorar de novo
Só porque tirei do povo
O que restava da esperança
II
Este meu testamento
Que já é tradicional
Desde lá de 85
Mata a cobra e mostra o pau
Aqui nesse Laborarte
Casarão de Labor e arte
Rompendo o aleluial
III
Não quer ser herdeiro meu,
Diz que não te apetece?
Pois eu digo logo cedo
Que só deixo a quem merece
Como aquela delação
Que deixou nego no chão
No listão da Odebrecht
IV
Esse ano eu nem morri
Tô mais vivo do que nunca
Foi todo mundo traído
Paneleiro na muvuca
Votaram pra tirar Dilma
Como Fred traiu Vilma
Levaram tiro na nuca
V
Deixo pra Márcio Jardim
Um estádio alagado
E um ginásio de esportes
Que está abandonado
Atenção, Weverton Rocha
Acenda logo uma tocha
Ou ele toma o senado
VI
Para a nossa Secult
Perguntar não faz mal
Quando paga o são João?
Quando paga o carnaval?
Responda, Marlon, responda
Mostre a cara, não se esconda
Na casa municipal
VII
Para a turma do PT
Que gosta de confusão
Deixarei de herança
A língua de Paulo Romão
Um microfone pra Honorato
Pra se defender no ato
De tanta acusação
VIII
Para Jair Bolsonaro
Deixarei uma mordaça
Um pau bem duro no cu
E uma garrafa de cachaça
No pelourinho amarrado
Com Feliciano ao lado
Armando outra trapaça
IX
Ao povo do Maranhão
Deixarei de herança
Casas gradeadas
Muita fé e esperança
Uma páscoa mal agourenta
Com o Bonde dos 40
Garantindo a segurança
X
Faço aqui uma campanha
Na qual eu sou cicerone
Já convoquei os ministros
Cada um com seu aspone
Como eu detesto pobre
Ao poeta Moizes Nobre
Dexarei um smartphone
XI
Para Roseana Sarney
Que quer ser supersônica
Deixo um par de algemas
E uma
tornozeleira eletrônica
No maranhão não se elege mais
Vai ser ministra do Satanás
Ou governadora biônica
XII
Para o prefeito Holandinha
Mostrar que tem capacidade
Deixarei de herança
Os buracos da cidade
Não fiquem sorrindo à toa
Do maracanã à Camboa
É tudo calamidade
XIII
Depois da eleição
Duvido que alguém aqui
Avistou nosso prefeito
Na Cohab ou no Itaqui
Só aparece no face
E a cidade na disgrace
Coisa assim eu nunca vi
XIV
Nesse momento a plateia
Me concederá um aparte
Para prestar homenagem
A uma referência da arte
Peço a todos aplausos
Aos 45 anos de causos
Contados pelo Laborarte
XV
Para preguiçoso DNIT
Trabalhar com afinco
Deixarei de herança
Um grande cofre de zinco
Para economizar
E conseguir duplicar
A BR cento e trinta e cinco
XVI
Para Donald Trump
O presidente sem noção
Deixo o estado Islâmico
Para dizimar sua nação
Esse poço de arrogância
Que simboliza a ganância
É somente enganação
XVII
Deixarei de herança
Para um time de blogueiros
Um inquérito policial
Por serem propineiros
Com suas caras sisudas
Agem tal qual Judas
Buscando trinta dinheiros
XVIII
Ao Sampaio Corrêa
Que um dia foi tubarão
Deixo de herança
As marcas da decepção
Ele fica fora da rota
Enquanto Sérgio Frota
Comandar a direção
XIX
O que eu desconfiava
Foi revelado no ato
O senador lobão
Tá também na Lava Jato
Deixo de herança a gororoba
Do óleo de peroba
Pra sua cara de rato
XX
Para o velho Sarney
Que é cheio de mistério
Deixo de herança
Um mausoléu no cemitério
Com João Alberto e Roseana
Mais a corja de sacana
Pra guardar o seu império
XXI
Para Marcelo Odebrecht
Esse delator camarada
Deixarei de herança
Uma cela blindada
Pra se livrar de deputados
E senadores denunciados
Nesta lista inacabada
XXII
Para partidos políticos
Tipo o PMDB
Deixarei como herança
Aécio e FHC
Para não ficarem só
Um helicóptero com pó
Para o PSDB
XXIII
Para o bar do Flamengo
Deixo uma camisa do Vasco
Para Murilo e Calvet
Encherem seu grande frasco
Não se preocupem, eu sou mano
Sou um Corinthiano
Por favor me dê um casco
XXIV
Para Valdir Maranhão
Que hoje anda na
surdina
Deixo uma injeção braba
Um banho com neomicina
No Centro de zoonoses
Pois só com uma forte dose
Sua cara de pau vacina
XXV
O temer me dá vontade
De querer ressuscitar
Pois a arte da traição
Ele devia ensinar
Sair do Judiciário
E meter em cu de otário
Só ele pra executar
XXVI
Queria deixar um palavrão
Para Diego Galdino
Mas retiro o meu presente
Pra não chatear o menino
Se inimigo dele eu for
Fico como mal credor
Não aprovo um projetinho
XXVII
Pra galera da cachaça
Deixo o centro da cidade
Que agora tá tomado
Pela bela mocidade
Tem ateliê de costura
Muito lugar de cultura
Só festa e felicidade
XXVIII
Pra Baleiro e Tassia Campos
Deixo um cuscuz ideal
Pra que eles cantem juntos
No próximo carnaval
Pois encher a Beira Mar
É melhor do que brigar
Etc e coisa e tal
XXIX
Vou deixar pra Patativa
Um cargo prela gozar
Com dois litros de Cachaça
Em Paço do Lumiar
Pois Dutra virou prefeito
Vamos ver se dá um jeito
de finalmente engordar
XXX
Maria Aragão, comunista
Se remexeu no jazigo
Ao ver na praça com seu nome
Flávio Dino e seu amigo
Na quarta de cinzas chuvosa
Aquela cena melosa
Os dois com pastor no abrigo
XXXI
E para o subprefeito
Vou deixar uma vassoura
Porque varrer os pobres
Convém com sua pachorra
Ele quer ser candidato
Enxugando gelo no asfalto
Pondo gente na masmorra
XXXII
Ao governador Flávio Dino
Meu camarada companheiro
Deixarei de herança
Um porto pra gerar dinheiro
O governo de todos nós
Está deixando sem voz
A comunidade do Cajueiro
XXXIII
Você que vai me malhar
É melhor que fique atento
Porque São Luís é hoje
Campeã de linchamento
Enquanto você me mata
Um justiceiro de gravata
Bot’outro preto pra dentro
XXXIV
Falando em gravateiro
Tem um aqui pra se ver
Que se chama Sérgio Moro
E sempre tá na TV
Um juiz de meia pataca
Que a direita não ataca
E sempre fode o PT
XXXV
Sérgio Moro quer ver Lula
Trancado no Xilindró
Mas ignora Aécio neves
Envolto em névoa de pó
O maior denunciado
Colega do magistrado
Desde lá de Cabrobró
XXXVI
E pro Eduardo Cunha
Vendo o sol nascer quadrado
Deixo todo o conteúdo
Do urinol do senado
Pois Cunha de cu é rôla
Passa o dia de ceroula
Enfiando grana no rabo
XXXVII
O Brasil é uma cena
De teatro de revista
Tem Globo, Tem Veja
Num cenário populista
Nesse jogo de baralho
Vou deixar o meu caralho
Pressa imprensa golpista
XXXVII
Encerro esse testamento
Que escrevi hoje de dia
Feliz por estar morto
E não viver na agonia
De trabalhar como um cão
Só o burro trabalha e não
Tem aposentadoria
XXXVIII
Eu deixaria algo mais
Só que não me sobrou nada
Os direitos que eu tinha
Foram na mesma cilada
Que caiu o paneleiro
Um brasileiro fuleiro
Que fudeu a pátria amada
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