Maranhão perde Humberto do Maracanã. Cantador morreu nesta segunda-feira, 19 de janeiro
A cultura popular do Maranhão está de luto. O cantador de boi Humberto de Maracanã morreu na tarde desta segunda-feira (19), na UTI do Hospital Carlos Macieira, em São Luís. Humberto Barbosa Mendes estava internado, em estado grave, após uma infecção generalizada. Ele foi submetido a uma cirurgia para amputação do membro inferior esquerdo.
Conforme informações de Maria José Soares, esposa do grande mestre, ele passou mal, na terça-feira (13), em sua residência e foi levado às pressas para o hospital.
Humberto de Maracanã tinha 75 anos e mais de 40 anos dedicados ao bumba-meu-boi, interpretando toadas do Boi de Maracanã, no sotaque de matraca.
Um dos símbolos do São João do Maranhão, o cantador é autor da toada “Maranhão, Meu Tesouro, meu Torrão”, que foi gravada pela maranhense Alcione.
Pela contribuição à cultura maranhense, Humberto foi homenageado pela Câmara de Vereadores de São Luís e pela Assembléia Legislativa do Estado.
“Perdemos um dos baluartes da nossa cultura popular, e dos seus maiores cantadores. Humberto representava e muito para o cancioneiro popular, pois suas toadas ao longo de mais de 40 anos de cantoria representam uma grande herança para futuras gerações. Com certeza, o bumba meu boi no sotaque de matracas e pandeirões perdeu um grande amo”, declarou a comunicadora Helena Leite.
HISTÓRIA REGISTRADA
A história do cantador maranhense Humberto Barbosa Mendes, mais conhecido como Humberto de Maracanã, gerou a gravação de um documentário na série Visceral Brasil – As Veias Abertas da Música, uma parceria da produtora gaúcha Joner Produções com a Plural Filmes, do Rio de Janeiro. O documentário foi exibido na TV Brasil no primeiro semestre de 2014.
Aos 75 anos e pai de 22 filhos, Humberto de Maracanã integrará o projeto ao lado de personalidades como o músico, escritor, compositor, poeta, cordelista, ator e cantador baiano Antônio Ribeiro da Conceição (o Bule Bule) e também da paraibana Zabé da Loca. Foram convidados ainda o sanfoneiro Arlindo dos 8 Baixos, os paraenses Dona Onete, Mestre Laurentino e Mestre Vieira da Guitarrada, além dos baianos do grupo Zambiapunga.
De posse de seu maracá de prata nas noites de São João, o amo do Boi de Maracanã mostrava a sua arte. Compositor e cantador, ele comandava um batalhão que chega a reunir mais de mil pessoas nos diversos terreiros. Incansável quando o assunto é bumba meu boi, não escondia sua paixão pela história de Pai Francisco e Mãe Catirina, cantada em verso e prosa pelos grupos de bumba meu boi que se manifestam no São João do Maranhão.
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