Justiça determina conservação de casarão onde morou Aluísio Azevedo, em São Luís.
Medidas visam preservar imóvel em que morou o escritor Aluísio Azevedo.
03/10/2014
Casarão onde morou Aluísio Azevedo
Provocada por Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do
Maranhão, por meio da Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio
Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural de São Luís, a Justiça
determinou prazo de 15 dias para que sejam adotadas medidas de
escoramento, limpeza e conservação da casa onde morou o escritor Aluísio
Azevedo, localizado na Rua do Sol, 567, no Centro de São Luís.
Em caso de descumprimento da decisão liminar, a proprietária do imóvel,
Bianca Costa Silveira, estará sujeita ao pagamento de multa diária de
R$ 1 mil. A decisão é do juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de
Interesses Difusos e Coletivos.
A medida liminar
foi pedida pelo Ministério Público diante do grave estado de degradação
do prédio, que ameaça ruir a qualquer momento, pondo em risco, além do
patrimônio histórico, a segurança das pessoas que moram na vizinhança ou
transitam pela Rua do Sol.
Abandono
- Na ação, o promotor de justiça Luís Fernando Cabral Barreto Júnior
afirma que o imóvel, adquirido por Bianca Silveira em 2007, é tombado
pelo Estado do Maranhão por meio do Decreto n° 10.089/86. Não bastasse a
omissão em conservar o prédio, um laudo de vistoria elaborado pelo
Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico da
Secretaria de Estado da Cultura apontou a realização de demolições e
alterações ilegais.
Foi construída uma laje na
parte posterior do terreno, retirados os forros e pisos de madeira, além
da existência de demolição na parte externa. As obras, que
descaracterizam o prédio, foram embargadas e, desde então, o casarão vem
se deteriorando.
"Estando na posse do imóvel e
tendo nele promovido alterações à revelia da legalidade e da
fiscalização dos órgãos públicos, a conduta da ré causa grave dano ao
patrimônio cultural", disse o promotor.
Na ação,
Fernando Barreto também ressalta que se, por um lado, ao administrador
incumbe o dever de tombar o bem para o fim de proteger o patrimônio
cultural, por outro, ao proprietário incumbe, preferencialmente, o dever
de preservar e conservar o mesmo bem.
Além das
medidas emergenciais para evitar o desmoronamento do casarão, a ação do
Ministério Público requer a condenação de Bianca Costa Silveira à
obrigação de restaurar o imóvel, resgatando todas as características
arquitetônicas originais, internas e externas, garantindo a sua
estabilidade e segurança física. O prazo para cumprimento da decisão
deverá ser determinado pela Justiça.
Também foi
pedido que a proprietária do prédio seja condenada ao pagamento de
indenização pelos danos extrapatrimoniais causados à sociedade pela
destruição e abandono do imóvel da Rua do Sol, 567.
Mais
Em
publicação feita no dia 12 de março deste ano, no endereço eletrônico
ihgm1.blogspot. com.br, a direção do Instituto Histórico e Geográfico do
Maranhão (IHGM) trouxe à tona a situação do casarão onde morou o
escritor maranhense Aluísio Azevedo. Segundo a publicação, "além do
atual estado avançado de deterioração do imóvel, existe ainda a suspeita
de que a casa estaria sendo preparada para, em breve, servir de
estacionamento, prática que vem ocorrendo sistematicamente nos últimos
anos no Centro de São Luís, onde casarões, moradas-inteiras e
meias-moradas de propriedade de particulares vão sendo demolidas ou
desfiguradas para dar lugar a estacionamentos". A partir de então, o
IHGM começou uma grande campanha para “salvar” o casarão. Por causa da
repercussão, o estacionamento não chegou a funcionar e a proprietária o
lacrou, após descaracterizar totalmente o interior do prédio.
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