Artista plástico Fransoufer reapresenta a exposição Teias de Bequimão: vidas por um fio, de hoje até o dia 4 de novembro, na Galeria Maggiorasca.
Linhas, cores e cenas em exposição
07/10/2014
Fransoufer desenvolve projetos sociais e culturais
Teias de Bequimão: vidas por um fio é o tema da exposição do artista
plástico Fransoufer a ser apresentada ao público de hoje, às 19h, até o
dia 4 de novembro, na Galeria Maggiorasca (Avenida Litorânea). O artista
apresentará mais de 20 tapetes, todos produzidos em tecido com fios de
lã, na técnica de ponto cruz. As dimensões variam de 60 cm x 40 cm a 1m
60 x 1m 40. Como na pintura, Fransoufer recorre com frequência a temas
naturalistas. Pássaros, árvores e flores fazem-se presentes na arte e
ganham um colorido rico e especial.
Linhas e cores
se entrelaçam e cenas surgem em uma composição harmônica e inconfundível
em Teias de Bequimão: vidas por um fio. “O trabalho de Fransoufer
possui vida e forma próprias e rompe a barreira tradicional que separa a
arte do artesanato, a pintura do bordado”, escreveu o crítico
Sidharttha.
Preocupado e inquieto com as
questões sociais e o envolvimento de jovens com as drogas, muito comum
não somente nas grandes cidades, o artista teve a iniciativa de levar
cultura e arte para seus conterrâneos, filhos de roceiros do município
de Bequimão. “Hoje, as crianças e jovens vivem em constante situação de
risco social. Por isso, tive a ideia de ministrar oficinas de tapeçaria e
dar a elas uma opção de lazer, de convivência, de aprendizado e de uma
vida digna. O nosso objetivo é formar grandes cidadãos”, explicou o
tecelão.
Projeto – Fransoufer
lembrou ainda que em outro momento a arte da tecelagem foi responsável
pela recuperação de um parente, usuário de droga. Foram realizadas
diversas oficinas direcionadas, que contaram com o apoio da Prefeitura
de Bequimão e deram nome à mostra, agora em sua quarta edição. Parte da
renda obtida com a venda das obras será empregada na continuidade do
projeto das oficinas de tecelagem direcionadas à comunidade carente de
Bequimão.
Tecelão nato, o artista aprendeu a arte
ainda na infância, por influência da família. Ele adorava tecer redes de
dormir, mas também fazia instrumentos artesanais como canastras, cofos e
socós. “Gostava de tecer redes porque participava de todo o processo,
da colheita do algodão a tintura dos fios. As cores, nós extraíamos de
cascas de árvores cozidas no caldeirão”, lembra o artista, também
escultor.
Em 1995, ao visitar o museu de Bayeux, na
França, e conhecer um dos trabalhos, em tapeçaria, da Rainha Matilde,
bordado no século XI: uma peça de alto valor histórico, reacendeu no
artista o desejo de voltar a tecer. As primeiras oficinas foram
realizadas no bairro Novo Angelim, bairro periférico de São Luís. Como
resultado desse trabalho, o artista fez exposição em São Luís e no Rio
de Janeiro, na Universidade Estácio de Sá.
Ainda
naquele período, ele realizou oficinas no povoado Centro das Câmaras,
também em Bequimão, tendo como temas a fauna e a flora local. “Ao
apreciarmos um tapete de Fransoufer, percebemos que do trabalho de mãos
hábeis sobre a matéria prima, vai brotando um mundo de cores, tramas e
fios que fazem de cada tapeçaria um objeto discretamente mágico”.
Serviço
• Oquê
Exposição Teias de Bequimão: vidas por um fio
• Quando
De hoje até 4 de novembro
• Onde
Galeria Maggiorasca (Avenida Litorânea).
• Horário de visitação diária:
das 16h às 23h
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