É hora do futebol pegar pesado com os abusos racistas?

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É hora do futebol pegar pesado com os abusos racistas?

Associação Inglesa de Futebol faz campanha com o árbitros contra o racismo no futebol



Quando o presidente da UEFA, Michel Platini, declarou que qualquer jogador que abandonasse o campo como resultado de abuso racial receberia um cartão amarelo, ele abriu um precedente perigoso. Platini, chefe da entidade regulatória do futebol europeu, ao falar com antecedência do campeonato da Euro 2012 em junho, estava enfatizando que os árbitros lidarão com um problema que vem incomodando o esporte nos últimos 12 meses.

O francês declarou que os oficiais das partidas tinham a autoridade para interromper uma partida e deveriam decidir quando gritos de torcida ou comportamentos discriminatórios atingissem níveis inaceitáveis. Porém, apesar do abuso racista ter sido denunciado em partidas durante o torneio na Polônia e na Ucrânia, nenhuma partida foi abandonada.

Do mesmo modo, xingamentos de macaco, saudações de Hitler e abusos antissemitas foram denunciados em jogos nos cinco meses intervenientes, mas nenhum árbitro causou o fim prematuro de uma partida. O jogo de domingo da Premier League inglesa entre Tottenham e West Ham United foi o última de uma litania de escândalos de abuso racial que vem assolando o futebol nos últimos 12 meses.

“Gostaríamos de ver uma postura proativa a este respeito”, disse à CNN Peter Herbert, presidente da Associação de Advogados Negros. “Uma abordagem vigorosa, processos quando possível, banimento das pessoas do campo se incidentes desse tipo acontecerem, interromper o jogo. Há uma regra da UEFA que nunca é usada, pela qual um árbitro pode cancelar o jogo. Este é o tipo de iniciativa que precisa ocorrer. Você quer assistir um jogo de futebol ou ouvir a este abuso?”, completou Herbert.

Então por que nenhum árbitro ordenou aos jogadores que deixassem o campo? E por que os legisladores do futebol não tomam uma postura mais firme contra o racismo?

Mês passado, o time italiano Lazio foi multado em US$ 52 mil após seus fãs terem gritado abusos raciais contra jogadores do Tottenham, enquanto o croata FA recebeu uma sanção de US$ 103 mil após seus torcedores terem ofendido o atacante italiano Mario Balotelli na Euro 2012. Mas essas punições foram menores do que a multa de 126 mil libras sobre Nicklas Bendtner da Dinamarca por exibir o nome de um patrocinador em sua roupa de baixo como um golpe de marketing de guerrilha.

Aumentar as multas pode estimular as associações nacionais a demonstrar maior interesse na conduta de seus fãs, mas isso atacará a raiz do problema? Certamente a solução de longo prazo está em educar os fãs, mas mudar atitudes ultrapassadas leva tempo, portanto uma medida de contenção mais imediata também é necessária.

Expulsões vitalícias como aquela rapidamente emitida pelo West Ham para um titular de ingresso para a temporada envolvido nos eventos de domingo são um começo. Se as ofensas discriminatórias persistirem, o cancelamento de pontos e o banimento de times será o único modo de realizar um impacto.

Talvez seja injusto punir um clube de futebol e a maioria de seus fãs pelos atos de uma minoria irracional. Mas a minoria, apesar de ser corretamente distanciada daqueles cujo comportamento em partidas de futebol é exemplar, ainda é composta por fãs de futebol. Eles se envolvem emocionalmente com o destino de seu clube de futebol.

Neste caso, uma dedução de pontos para o West Ham pode ser a única maneira de fazer esses fãs perceberem a gravidade de seus gritos ofensivos. Apenas quando esses fãs perceberem que suas ações estão prejudicando seu próprio clube o abuso discriminatório cessará.

*Tom McGowan é jornalista da CNN Internacional

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