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ALTERNATIVO

ESSE TAL DOS 400 ANOS

Hoje é dia de...Ubiratan Teixeira
07/09/2012 00h00

Gritaram a Independência do país (numa época em que o sentido mais cruel de dependência não incluía a econômica), proclamou-se a república, sofremos cruéis crises intestinais com regimes de regimentos militares tomando as rédeas do Poder, tudo isso acontecendo enquanto São Luís escrevia sua própria História.
A Ilha é puro e saudável aluvião, mas é minha. Por cima dela passaram franceses, holandeses, muitos espanhóis e até fenícios e astecas; mas é o gene dos comedores de camarão e dos tupinambás que prevalece. Os portuga estiveram por aqui por baita temporada, deixaram a língua (que nós abrasileiramos ao nosso modo) comeram as filhas da Guiné aqui acampadas moldando nossas ancas e acrescentando mais sensualidade às nossas formas; mas o que prevalece é nosso racional Sui generis de negro/índio/europeu.
Tenho mais de quatrocentos anos: quatro mil talvez. E não sou uma ilhota qualquer: sou um Continente. Antes do leitor ser eu já pairava no alto dominando a todos; na música, na literatura, nas artes plásticas sim senhor (quem quiser saber como, leia esse precioso “Celso Antonio e o Modernismo” de Eliézer Moreira Filho) - atitudes racionais, no amor excelso de ser marañaguara. Não está na historia dos historiadores oficiais, mas na escrita por sua gente de sensibilidade requintada, filhos legítimos ou adotados que se chamam pelo nome de Gonçalves Dias, Sousândrade, Graça Aranha, Coelho Neto, Viriato Correia, Josué Montello, José Sarney (o romancista porreta), Odorico Mendes, Raimundo Correia, José Louzeiro, Ferreira Gullar, Ronaldo Costa Fernandes, Deo Silva, Lago Burnett, Lucy Teixeira, Oswaldino Marques, João Mohana, Macedo Neto, Bandeira Tribuzi, Nauro Machado, José Chagas (maranhense, sim senhor! Quem disse que não?), Maria Firmina, Arlete Machado, Odylo Costa, filho, Ribamar Galiza, uma multidão de geniais criadores e reinventores de linguagens, arrombadores geniais das tradições, que extrapolam essa pequena relação de saudáveis personalidades aqui registradas e estão sendo lembradas pelas ruas da cidade, pelos palcos dos teatros, nos púlpitos da cidade, nas Casas de Cultura, nas salas de aula de primeiras letras aos cursos de doutorado nessa magnífica celebração para comemorar uma data: a do registro civil.
Quatrocentos anos de saudáveis compositores, inspirados músicos de todos os gêneros, do erudito ao popular, quatro décadas de artes plásticas mostradas nestes dias em históricas retrospectivas nas salas senhoriais de nossos casarões quatrocentões especialmente preparadas para receber de volta J. Figueiredo, Antônio Almeida, Newton Pavão, Cadmo Silva, Floriano Teixeira, Ambrósio Amorim, Cônego Palhano, Rosa Waquim, Telésforo Morais Rego, Zaque Pedro centenas dos que já se passaram para as páginas da história e outra centena continuando a construção quatrocentona.
Valeu a pena ter esperado para ver Estado e Município abraçados cantando em coro o hino dos quatrocentos anos.
Valeu todas as decepções vividas, todas as frustrações sofridas para escutar essa fantástica sinfonia de amor à vida.
Quando nada é prazeroso admirar a lua azul que permanece saitica, vadiando pelo céu maranhense nas madrugadas sem febre.
Ou registrar como faz o poeta Fernando Braga no seu último livro de poemas, “O Puro Longe”
“São Luís não era Lisboa, mas chovia!
A Praia Grande plena de imensidão
anda comigo no plano do silêncio...”

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