Morre no Rio, o instrumentista Paulo Moura
O músico e instrumentista Paulo Moura morreu aos 77 anos, vítima de câncer, no Rio de Janeiro. Um dos maiores representantes da música instrumental brasileira, o clarinetista e saxofonista estava internado desde o dia 4 de julho na Clínica São Vicente, na Gávea, zona
sul da capital fluminense.
A assessoria do hospital informou que ele sofria de câncer no sistema linfático e morreu no final da noite desta segunda-feira. O corpo do músico será velado a partir das 11h no Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio de Janeiro, mas ainda não há informações sobre o sepultamento.
O compositor e arranjador Paulo Moura era um dos saxofonistas e clarinetistas mais requisitados no Brasil e exterior. Ele trabalhou com muitas estrelas da música popular brasileira, como Elis Regina, Milton Nascimento e Ney Matogrosso, com quem gravou o disco “Pescador de Pérolas”, de 1986.
Nascido em 15 de julho de 1932, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, Moura começou a estudar e tocar clarineta aos nove anos de idade. Apesar de a família ser composta por instrumentistas, enfrentou resistência dos pais quando optou pela carreira artística, como contou em 1984, aqui na Jovem Pan.
Ele gravou seu primeiro disco em 1956 e chegou a integrar a orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Eclético, tocava vários estilos, do samba e choro ao jazz, e compôs trilhas de filmes, como “A Lira do Delírio”, de Walter Lima Júnior, e “Navalha na Carne”, de Neville de Almeida.
A importância de seu trabalho ficou definitivamente reconhecida em 2000, quando recebeu o Grammy Latino para Música de Raiz por seu trabalho “Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas”. Em 2005, veio o prêmio Tim de melhor solista popular pelo CD “El Negro Del Blanco” e a participação no documentário “Brasileirinho”, de Mika Kaurismaki, que teve grande repercussão no Festival de Berlim.
Seu último trabalho, o CD “AfroBossaNova”, uma parceria com o guitarrista baiano Armandinho, foi lançado em 2009, quando Paulo Moura se apresentou na Tunísia e no Equador, com grande repercussão na mídia internacional.
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