Homenagem à música regional e instrumental maranhense

A riqueza e a diversidade rítmica maranhense estarão em destaque
no festival de percussão Rufar dos Tambores, que acontece amanhã (27), às 18h,
no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande), em sua primeira
edição homenageando o instrumentista Papete, falecido em 2016, em São Paulo, e
que muito contribuiu para a divulgação dos ritmos maranhenses no Brasil e
exterior. Na programação, shows de 11 grupos locais de percussão, feira de
livros, discos, instrumentos e oficinas. As oficinas acontecerão das 15h às
17h, sendo uma com o Tambor de Crioula de Mestre Leonardo e outra, coordenada
por Carlos Pial. A direção é do instrumentista Luiz Claudio Farias, idealizador
do projeto. O evento, realizado pela Pegada Produções, será apresentado pela
cantora Cris Campos, do grupo Afrôs.
O evento será aberto com
o grupo Couro e Mão, reunindo os precursores da percussão maranhense. O
encerramento será marcado pelo espetáculo “Encantarias”, que mistura cultura
popular com jazz e música erudita. As outras nove atrações são: Toque de Mãos,
Yluguerê, Afoxé Mina, Batuque de São Benedito (Carutapera), Boi Brilho da
Sociedade (Cururupu), Abanijeun (Tambor de Taboca da Casa Fanti Ashanti),
Carlos Pial, Terecô de Igaraú e Divina Batucada.
O Couro e Mão, que
abrirá a programação, reúne alguns dos pioneiros da percussão maranhense no
palco: Jecowisky Pereira, Zé Roberto, Lázaro, Marquinhos Carcará e Madson
Peixoto. Os percussionistas da velha guarda trabalham com a diversidade dos
ritmos maranhenses e sua divulgação em território nacional e internacional Para
o show no “Rufar dos Tambores”, o grupo apresentará temas com fusões rítmicas
de células diferentes, entre elas, as fusões do sotaque do Boi de Pindaré com
os sotaques do boi de matraca, do tambor de crioula e do boi de zabumba.
Diálogos
No espetáculo “Encantarias”, o percussionista Luiz Claudio mostrará diálogos rítmicos e melódicos entre as tradições populares maranhenses com a World Music ou World Jazz. Com a participação de Jeff Soares (contrabaixo, violão e violoncelo), Ricardo Sandoval (percussão), Kadu Galvão (percussão), Ramon Pinheiro (trompete e flugehorn) e Elder Ferreira (trombone), o show apresentará arranjos ancorados pelos ritmos maranhenses ancestrais, com texturas harmônicas sofisticadas que valorizam as melodias e retratam, em cada tema, o sincretismo musical entre o erudito, o religioso e o popular observado nos terreiros e igrejas, durante as festas populares.
No espetáculo “Encantarias”, o percussionista Luiz Claudio mostrará diálogos rítmicos e melódicos entre as tradições populares maranhenses com a World Music ou World Jazz. Com a participação de Jeff Soares (contrabaixo, violão e violoncelo), Ricardo Sandoval (percussão), Kadu Galvão (percussão), Ramon Pinheiro (trompete e flugehorn) e Elder Ferreira (trombone), o show apresentará arranjos ancorados pelos ritmos maranhenses ancestrais, com texturas harmônicas sofisticadas que valorizam as melodias e retratam, em cada tema, o sincretismo musical entre o erudito, o religioso e o popular observado nos terreiros e igrejas, durante as festas populares.
“Além de mostrar a força
da diversidade rítmica e instrumental do Maranhão, o festival quer colaborar
para o acesso permanente de grupos e músicos da cultura popular ao cenário
local por meio de shows e oficinas, além de estimular a economia criativa das
comunidades onde os tocadores estão inseridos, por meio de uma feira de
instrumentos artesanais, venda de livros sobre os ritmos do Maranhão e de CDs”,
diz o instrumentista Luiz Claudio Farias.
Além de permitir o
acesso de tocadores de grupos autênticos da cultura popular ao cenário musical
local, o festival quer contribuir para mostrar ao turista a riqueza e a
diversidade de ritmos ainda desconhecidos no Brasil. “Cada grupo tocará de 15 a
20 minutos, mas será como se fosse um grande show, criando uma unidade entre as
bandas e artistas e apresentando, aos poucos, os instrumentos da cultura
popular com suas particularidades”, afirma Luiz Claudio Farias.
Luiz Claudio, que é
também arte-educador e pesquisador da cultura popular, é paranaense e chegou no
Maranhão no fim da década de 1970. Aqui, desenvolveu trabalho de pesquisa de
campo coletando material e aprendendo com grandes mestres de tambor. Em 1984, a
convite da Unesco, participou do “I Colóquio Internacional de Sobrevivências
Religiosas Africanas na América Latina e Caribe”, onde foi membro da comissão
cultural e tradutor das palestras. Em 1987, dirigiu o Beat and Beach, primeiro
encontro de percussão no Maranhão, que trouxe músicos como Robertinho Silva,
Layne Redmond e Marco Suzano. Também em 1987, criou o grupo Fogo de Mão, que
participou do Panorama Percussivo Mundial, em Salvador (1995), a convite de
Naná Vasconcelos, onde tocou ao lado de representantes da percussão mundial.
Em 1998, morando em São
Paulo, ele foi professor de ritmos maranhenses no Núcleo de Percussão Paulo
Campos e ministrou oficinas em universidades e conservatórios, como o
Conservatório Sousa Lima, filial da Berkelle School of Music no Brasil. Nos
anos seguintes, participou de oficinas com músicos do mundo inteiro, além de
diversos festivais de Jazz (TIM Festival Rio de Janeiro e São Paulo) e de
música étnica. Tocou e gravou com Nelson Ayres, Ceumar, Naná Vasconcelos, Zeca
Baleiro e Rita Ribeiro. Em São Luís, trabalhou com arte educação em
instituições como a Funac e a Fundação Cultural Banco do Brasil.
Segundo ele, esta primeira edição é apenas o primeiro passo de uma longa jornada. “Ano que vem, ampliaremos o evento, trazendo uma atração nacional, outra internacional e aumentando o número de grupos autênticos do interior do estado nas apresentações”, promete.
Segundo ele, esta primeira edição é apenas o primeiro passo de uma longa jornada. “Ano que vem, ampliaremos o evento, trazendo uma atração nacional, outra internacional e aumentando o número de grupos autênticos do interior do estado nas apresentações”, promete.
Serviço
O quê
Festival “Rufar dos
Tambores”
Quando
Amanhã, às 18h
Onde
Centro de Criatividade
Odylo Costa, filho (Praia Grande)
Entrada franca
Programação
Oficina de Tambor de
Crioula – das 15h às 17h - Tambor de Crioula de Mestre Leonardo
Oficina de Pandeirões –
das 15 às 17h - Carlos Pial
Feira – das 15h às 22h -
Instrumentos artesanais, livros, vinis e CDs sobre os ritmos do Maranhão e
comida típica
Receptivo – das 17h às
18h - Tambor de Crioula de Leonardo e Boi da Ilha Turino do Alto
Shows – das 18h às 22h
Show Couro e Mão, Toque
de Mãos, Instituto Yluguerê, Afoxé Mina, Batuque de São Benedito – Carutapera
Boi Brilho da Sociedade
– Sotaque Costa de Mão de Cururupu, Abanijeun – Tambor de Taboca da Casa Fanti
Ashanti
Carlos Pial, Terecô de
Igaraú, Divina Batucada, Encantarias – Luiz Claudio e Banda Fio da Teia.
Com informações do Jornal O Estado do Maranhão - Caderno Alternativo
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