Maranhão: competitividade em queda
Por Eden Jr.*
Foi divulgado, neste dia 20 de setembro, o “Ranking de Competitividade dos Estados”, edição de 2017. O estudo, que chega a sua sexta edição, sendo fruto da parceria entre o Centro de Liderança Pública (CLP), a Economist Intelligence Unit e a Tendências Consultoria Integrada, não traz boas notícias para o Maranhão. Pelo segundo ano consecutivo o Estado cai de colocação. Em 2015 estava no 20° lugar, em 2016 no 23° e este ano ficou em 25º, isso entre as 27 unidades pesquisadas. Os três primeiros colocados foram: São Paulo, Santa Catarina e Paraná.
O “Ranking de Competitividade dos Estados” pretende gerar uma compreensão acentuada e ampla a respeito dos estados e do Distrito Federal. Proporcionando assim, para toda a sociedade, um instrumento prático que permite a verificação do desempenho das lideranças públicas, no que diz respeito ao aperfeiçoamento da competitividade e da gestão estatal.
A investigação ainda pode ser utilizada, pelo setor privado, como bússola para possíveis investimentos. O trabalho é composto de 66 indicadores, que sustentam 10 pilares temáticos tidos como cruciais para o aperfeiçoamento da competitividade e da gestão pública. São eles: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.
É importante ressaltar, que uma melhor ou pior performance não se dá pela atuação de apenas uma esfera de poder, mas sim pelo conjunto de ações e de políticas públicas ofertadas pela União, estados e municípios, em determinada unidade. Além disso, a edição deste ano usa, majoritariamente, dados de 2016 e 2015, contudo emprega informações de outros anos, como 2014. Não podendo assim, o desempenho do Maranhão ser atribuído, peremptoriamente, a esse ou aquele prefeito, governador ou presidente. Ou seja, o resultado deve ser visto mais como um filme do que como uma fotografia. Ademais, para deixar claro a consistência da pesquisa – e evitar calúnias as suas conclusões, que não agradem a determinados dirigentes – é de se realçar que a base de dados nela empregada é composta por fontes da mais elevada confiança, como: Ipea, IBGE, Fórum de Segurança Pública, PISA e Associação Contas Abertas, entre outras.
O Maranhão teve o melhor aproveitamento no pilar Solidez Fiscal (solvência fiscal, resultado primário, capacidade de investimento e autonomia fiscal), ficando em 10° lugar no ranking, subindo oito posições em relação ao ano anterior. Por outro lado, no pilar Sustentabilidade Social (mede a capacidade do governo em evitar a vulnerabilidade dos indivíduos) estamos na última colocação, a mesma situação da derradeira avaliação.
Na sequência têm-se os pilares em que o Estado obteve colocações menos deficientes, com a respectiva classificação do ano anterior: Potencial de Mercado (tamanho/dinâmica de aumento do PIB e crescimento potencial da força de trabalho), 17°, estava em 9°; Segurança Pública (manutenção da ordem e proteção aos direitos individuais) 15°, estava em 12° e Infraestrutura (rodovias, energia e telecomunicações) 17°, estava em 16°. Em outros, o rendimento do Maranhão foi flagrantemente desfavorável: Educação (taxa de frequência e qualidade no ensino) 21°, estava em 19°; Eficiência da Máquina Pública (profissionalização e meritocracia na administração pública) 20°, estava em 17°; Capital Humano (qualificação da mão de obra), 25°, estava em 21°;
Sustentabilidade Ambiental (desenvolvimento econômico ambientalmente sustentável) 24°, estava em 27° e Inovação (novas técnicas que melhoram os processos produtivos, gerando ganhos de eficiência) 20°, estava em 21°.
Alguns indicadores que compõem os 10 pilares e que foram apresentados como destaque positivos para o Maranhão foram: Custo de Mão de Obra (1° lugar); Qualidade da Energia Elétrica (1° lugar); Previdência Social (2° lugar) e Déficit Carcerário (3° lugar). Contudo, houve indicadores com destaque negativo: Segurança Alimentar, Serviços Urbanos, População Economicamente Ativa com Ensino Superior e Acessibilidade do Serviço de Telecomunicações (todos esses ficamos na última colocação).
Portanto, o “Ranking de Competitividade dos Estados” oferece um diagnóstico valioso, mostrando os caminhos que devem ser trilhados pelos nossos gestores a fim elevar a competitividade do Maranhão.
*Economista - Mestre em Economia (edenjr@edenjr.com.br)
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