Morre escritor italiano Umberto Eco, autor de 'O Nome da Rosa', aos 84

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Morre escritor italiano Umberto Eco, autor de 'O Nome da Rosa', aos 84

O escritor Umberto Eco na cerimônia dos vencedores do Prêmio Príncipe das Astúrias, em Oviedo, em 27 de outubro de 2000 (Foto: Reuters/Desmond Boylan)

Morreu nesta sexta (19), aos 84, o escritor e ensaísta italiano Umberto Eco. A causa da morte não foi revelada, mas segundo a France Presse, ele sofria de câncer há anos.

Filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo, Umberto Eco era personalidade de renome no meio acadêmico. Seu romance mais célebre foi "O Nome da Rosa", lançado em 1980. A obra foi adaptada para o cinema em 1986 pelo diretor Jean-Jacques Annaud.


No longa, Sean Connery interpreta o frade franciscano Guilherme de Baskerville, enquanto Christian Slater vive o noviço Adso von Melk. Ambos os religiosos investigam mortes que ocorreram em uma abadia no século 14. Na forma, trata-se de uma obra que mescla a estrutura de um romance policial com a cultura humanista de Eco.

Seu último livro, "Número Zero", foi lançado no ano passado como uma crítica ao mau jornalismo e à manipulação de fatos. À época, Eco disse: "Essa é a minha maneira de contribuir para esclarecer algumas coisas. O intelectual não pode fazer nada, não pode fazer a revolução. As revoluções feitas por intelectuais são sempre muito perigosas".

Ele também escreveu obras como "O Pêndulo de Foucault" (1988) e "O Cemitério de Praga" (2010) e os ensaios "O Problema Estético" (1956), "O Sinal" (1973), "Tratado Geral de Semiótica" (1975) e "Apocalípticos e Integrados" (1964), trabalhos usados em cursos de comunicação em todo o mundo.

VIDA

Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, na região de Piemonte, norte da Itália, em 5 de janeiro de 1932. Contrariando os desejos do pai, que queria que ele fosse advogado, Eco entrou na Universidade de Turim para estudar filosofia medieval. Escreveu sua tese sobre o teólogo Tomás de Aquino e se formou em 1954.

Enquanto estava na universidade, diz que deixou de acreditar em Deus —um dos pilares de sua educação— e abandonou a religião.

Foi editor de cultura para a emissora estatal RAI e deu aulas na Universidade de Turim. Durante o ofício no meio cultural, entre as décadas de 1950 e 1960, conheceu artistas que tiveram forte influência em sua decisão de seguir com a literatura. Entre eles, destaca-se o Grupo 63, coletivo de neovanguarda que surgiu na Itália em 1963, pelas mãos de Francesco Agnello. Eco fez parte do grupo ao lado de Nanni Balestrini, Edoardo Sanguineti, Alberto Arbasino e Renato Barilli.
Em setembro de 1962, casou-se com Renate Ramge, uma professora de arte alemã com quem teve um casal de filhos. Dividia o tempo entre sua residência em Milão –onde tinha uma biblioteca com 30 mil títulos– e sua casa de veraneio em Urbino –esta com 20 mil livros.

Em 1988, fundou o departamento de comunicação da Universidade de San Marino e, duas décadas mais tarde, tornou-se professor e presidente da escola superior de humanidades da Universidade de Bolonha.

CRONOLOGIA
  • 1932: Nasce Umberto Eco, em Alexandria, na Itália
  • 1946: Vira militante da juventude católica italiana, que vai abandonar em 1954, quando abandona o catolicismo
  • 1954: Forma-se Ph.D na Universidade de Turim
  • 1956: Publica sua tese de doutorado sobre São Tomás de Aquino
  • 1954-1959: Começa a trabalhar na rede de TV italiana RAI
  • 1962: Casa-se com a alemã Renate Ramge e publica "Obra Abera", antologia com seus ensaios
  • 1963: Ajuda a fundar o Gruppo 63, grupo contracultural influenciado por Roland Barthes, que analisa a cultura de massa
  • 1964: Lança "Apocalípticos e Integrados", obra na qual analisa a cultura de massa e os meios de comunicação
  • 1971: Começa a ensinar na Universidade de Bolonha
  • 1976: Publica "Tratado Geral da Semiótica"
  • 1980: Lança "O Nome da Rosa", que vira um best-seller internacional, traduzido para mais de 30 línguas
  • 1981: Ganha o Prêmio Médicis Estrangeiro e o Prêmio Strega por "O Nome da Rosa"
  • 1986: "O Nome da Rosa" vira filme, dirigido Jean-Jacques Annaud
  • 1988: Lança "O Pêndulo de Foucault"
  • 1993: Funda o Instituto das Disciplinas de Comunicação, na Universidade de Bolonha
  • 1994: Publica "Ilha do Dia Anterior"
  • 2000: Publica "Baudolino"
  • 2004: Publica "A História da Beleza" e "A Misteriosa Chama da Rainha Loana"
  • 2010: Lança "O Cemitério de Praga"
  • 2015: Sai o romance o "O Número Zero"

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