Vereadores pedirao reintegracao de posse da Camara Municipal
Carla Lima
Da editoria de Política - Jornal o Estado do Maranhão
01/04/2014
Policiais militares em greve ocupam o estacionamento da sede do legislativo desde a semana passada.
O presidente da Câmara Municipal de São Luís, Astro de Ogum (PMN), deverá acionar a Justiça hoje pedindo reintegração de posse na sede do Legislativo, que está com o estacionamento ocupado desde o dia 27 de março por militares que fazem paralisação. A decisão do presidente é apoiada pelos demais vereadores, que não realizaram sessão ontem com receio de invasão da Casa pelos manifestantes.
A decisão do vereador foi tomada após esgotarem-se todas as tentativas de negociação com o comando de greve. Os policiais recusam-se a deixar o local pacificamente.
Desde o início da ocupação do estacionamento da Câmara, os vereadores tentam negociar com os grevistas para que eles deixem a sede do Legislativo. O fim de semana foi de reuniões de Astro de Ogum com o comando de greve. Ontem, o parlamentar também se reuniu com o comandante geral da Polícia Militar, Zanoni Porto, para pedir medidas que levem a desocupação da Casa.
Sem qualquer resposta positiva, nem os líderes da greve nem do comando da PM após o fim do dia, os vereadores se reuniram e decidiram pela ação de reintegração de posse impetrada no Tribunal de Justiça.
"Já conversamos com o comando de greve e eles não querem deixar o estacionamento da Câmara. A nossa única opção será pedir a reintegração de posse", disse Astro de Ogum.
Sessão - Por conta da ocupação dos militares, os vereadores decidiram não realizar a sessão ordinária ontem. Os parlamentares reclamam da falta de espaço para estacionar veículos e também do fato da presença dos policiais militares que estão armados protestando.
Os parlamentares temem que a animosidade do movimento possa extrapolar e causar riscos aos próprios vereadores e aos servidores da Câmara Municipal.
Outro receio dos vereadores é de que os manifestantes ocupem o interior da sede da Câmara caso as portas da Casa sejam abertas. A ideia é evitar o que ocorreu no ano passado quando um grupo de jovens ocupou o plenário do Legislativo.
"Temos que tomar providências porque o que não pode é a Câmara ficar fechada por conta de manifestação", disse Ogum.
Astro de Ogum teve o apoio de praticamente todos os vereadores em sua decisão de apelar à Justiça para ter o estacionamento da Câmara esvaziado.
Assembleia - Os militares esperam uma manifestação do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), para que ele seja o mediador nas negociações entre os grevistas e o governo estadual. Por enquanto, o deputado ainda não deu qualquer resposta ao comando de greve.
Os militares que fazem a manifestação optaram por ocupar o estacionamento da Câmara Municipal por que não conseguiram respaldo da Assembleia Legisaltiva para fazer o mesmo, exatamente como ocorreu em 2011, quando a categoria paralisou as atividades por várias semanas.
Desta vez, os militares não têm o apoio maciço das associações da categoria e de boa parte dos policiais, qu seguem trabalham normalmente.
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Na greve da Polícia Militar em 2011, os policiais invadiram a Assembleia Legislativa e permaneceram no local durante todos os dias de paralisação. Sessões praticamente deixaram de ser realizadas e, para mediar a negociação com o governo, deputados formaram uma comissão que passou a ser interlocutora dos militares.
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