7ª Feira do Livro foi marcada por um novo formato

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7ª Feira do Livro foi marcada por um novo formato

06.10.2013


Evento literário será encerrado hoje depois de nove dias de palestras, apresentações teatrais, oficinas e intervenções artísticas.

Jornal O Estado do Maranhão - Caderno Alternativo 


Após nove dias de intensas atividades, a programação da 7ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), em andamento na Praia Grande, será encerrada hoje. Palestras, apresentações teatrais, intervenções artísticas, cafés literários, seminários, leituras dramáticas, exibição e lançamentos de livros, filmes e recitais de poesias atraíram numeroso público, não somente para a Praça da Casa do Maranhão, mas também a outros espaços reservados para o evento.
Hoje, a última palestra a ser proferida por Mariany Costa Carvalho, às 17h, no Auditório da Associação Comercial do Maranhão, será intitulada Bibliotecas no Bairro do Anil: a leitura transformando a comunidade. Na Galeria Valdelino Cécio, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, o Café Literário das 17h terá como tema Aluísio Azevedo: 100 anos depois, tendo como convidados especiais Alberico Carneiro e Lourival Serejo.
Obras literárias também serão lançadas hoje, no auditório do curso do prédio de História da Universidade Estadual do Maranhão, entre elas Lulotopia, de Doni Aleluia, Mandinga, de Raimundo Carneiro Correa, e Céu de Chamas, de autoria de Luís Felipe Pereira Martins. No estande da Academia Maranhense de Letras será lançado Dr. Bruxellas e Cia., de autoria de Fulgêncio Pinto, às 18h. A programação de encerramento inclui ainda o show Bandeira de Aço, com a participação de diversos cantores, entre eles Flávia Bittencourt, que cantará a música Bandeira de aço, com a música Flor do Mal, às 18h.
Pela primeira vez realizada na Praia Grande, o evento superou as expectativas da produção, segundo informou o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Francisco Gonçalves, principalmente pela cumplicidade dos participantes e pela inauguração de um novo formato.
“Não queríamos que a Feira do Livro se tornasse um espaço apenas para a venda de livros, mas que se constituísse em um local para a experiência de leitura e releitura da cidade. As intervenções artísticas, por exemplo, contribuíram para isso. De repente, o público se deparava com um poeta declamando sua poesia da janela de um casarão. Isso foi o diferencial e fez com que o evento ganhasse uma dimensão maior, como um ambiente de redescoberta da cidade”, disse Francisco Gonçalves.
A Praia Grande foi dividida em 28 espaços para sediar esta edição da feira e, segundo a produção, foi significativa a adesão da Associação dos Livreiros do Estado do Maranhão. A meta é ampliar a participação dos livreiros e das editoras nacionais e internacionais, conforme Francisco Gonçalves.
Homenagens – A VII Feira do Livro de São Luís homenageou este ano personalidades como Nauro Machado, Aluízio Azevedo, Catulo da Paixão Cearense, Zelinda Lima e Salgado Maranhão. Para Salgado Maranhão, o convite foi uma honra e a experiência, gratificante. O poeta, que em 2014 completará 60 anos, disse que a ideia de levar o evento para a Praia Grande foi válida principalmente pelo fato de movimentar uma região da cidade que precisa de pujança e de vida, constantemente, para que não perca sua identidade.
“Os casarões não podem ficar abandonados e entregues à mendicância. É preciso que haja iniciativas como essa para atrair a população”, disse Salgado Maranhão, cuja obra foi objetivo do bate-papo de quinta-feira na Morada das Artes, com o tema De onde vem a poesia de Salgado Maranhão?, com a participação de Cinéas Santos, Wybson de Caxias e Cunha Santos, e mediação de Ronald Almeida.

Abrindo o jogo: Salgado Maranhão - poeta

Salgado Maranhão, como define Iracy Conceição de Souza, doutoranda em Letras Vernáculas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é o poeta da ação, das linhas sem retoques, indiferente a qualquer tipo de passividade. O poeta maranhense, radicado no Rio de Janeiro e que já teve sua obra estudada nos Estados Unidos, nasceu no povoado Cana Brava das Moças, em Caxias do Maranhão, e diz que é um seguidor do período virtuoso de Gonçalves Dias. Sua vasta produção é amplamente reconhecida e premiada. Com o livro A cor da palavra, por exemplo, ele ganhou o prêmio da Academia Brasileira de Letras, na categoria poesia.
O Estado – O que você achou da homenagem da Feira do Livro?
Salgado Maranhão – Eu fiquei lisonjeado e foi uma oportunidade de retornar à minha cidade. Agradeço ao jornalista Celso Borges, e também pela feliz escolha dos homenageados, como Nauro Machado, pois ele é o grande poeta da cidade.
O Estado – Para você, qual a importância da poesia?
Salgado Maranhão – A poesia nos empurra para uma dimensão além da sobrevivência básica. Na verdade, não me relaciono com movimentos. Sempre digo que o verdadeiro poeta é sempre solitário.
O Estado – Por sua experiência no exterior, como está a participação dos brasileiros no mundo acadêmico lá fora?
Salgado Maranhão – Acredito que os adidos brasileiros devem ampliar o sistema de bolsas para o exterior, que é até muito menor do que a quantidade relativa à Coreia, por exemplo. A representatividade do Brasil no mundo acadêmico ainda é muito tímida.
O Estado – O que você acha da maneira como se estimula o cultivo da leitura de obras poéticas?
Salgado Maranhão – O que está errada é a maneira como se ensina a poesia nas escolas brasileiras. A forma não é atrativa. A poesia precisa ser uma coisa prazerosa. O mundo nunca precisou tanto de poesia como agora. Se tudo o que temos é para transformar em dinheiro, então não somos pessoas, somos um supermercado. A poesia não faz como a literatura de auto-ajuda, que aponta caminhos. Ela dá receitas, dá autonomia. Não nos manda imitar o outro, quer que descubramos nosso próprio mapa.

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