Em grande estilo e ao lado do músico e compositor Roberto Menescal, um dos criadores da Bossa Nova e responsável pela exportação desse gênero musical para o mundo, a cantora maranhense Sandra Duailibe apresenta hoje, às 20h, no Teatro Viriato Corrêa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMA), localizado no Monte Castelo, o show Cantos e Contos da Bossa. Radicada em Brasília, ela diz sempre que precisa “beber na fonte” de sua terra natal, que serve de inspiração para sua carreira. A parceria entre os dois artistas já rendeu outros shows, em Brasília e no Rio de Janeiro.

O show terá participação especial dos músicos Agilson Alcântara (violão), Oliveira Neto (bateria), Henrique Duailibe (piano) e Sávio Araújo (sax). Sandra Duailibe e Roberto Menescal cantarão e contarão casos da Bossa Nova, indo desde a década de 1950 até os dias de hoje. Ela, que é fã declarada de Menescal, interpretará canções como O Céu nos protege, uma parceria de Menescal com Leila Pinheiro.

A artista também cantará Onda do ar, de sua autoria com Márcia Forte, que em seu CD recebe arranjo e execução da guitarra de Menescal. “Essa música faz uma alusão ao inicio da Bossa Nova e ao começo da construção da cidade de Brasília, por ocasião da transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central”, explica Sandra.

Recentemente, a maranhense lançou seu quarto CD, intitulado Elas cantam Menescal, ao lado de Cely Curado, Márcia Tauil e Nathália Lima. Outras músicas serão interpretadas no show, como Copacabana de Sempre e a inédita 3X4, parceria de Menescal com Paulo César Feital. No repertório, ainda músicas de Tom Jobim, Billy Blanco e outros compositores que compõem a história da Música Popular Brasileira. Roberto Menescal, aos 75 anos, é um dos participantes mais importantes do início do movimento da Bossa Nova. Durante o show, ele contará alguns fatos interessantes desse movimento que vivenciou.

“Roberto Menescal é um ícone da Música Popular Brasileira. Ele participou dos momentos mais fortes da nossa música, sendo um dos pioneiros desse movimento no Brasil. Uma das coisas que mais me encantam nele é sua vitalidade, pois ele continua viajando o mundo levando a nossa música. Isso me fascina, pois eu também me sinto cheia de energias para cantar”, afirmou Sandra Duailibe.

O primeiro contato de Sandra com Menescal deu-se em 2008, quando ela gravou seu segundo CD, no Rio de Janeiro, intitulado A Bossa no tempo. “No CD, há uma música chamada O Céu nos protege, uma parceria dele com Leila Pinheiro. Essa canção me encanta porque fala da sinergia e revela que o mundo não é tão exato assim, ou seja, que há coisas além do que podemos ver e sentir”, contou a artista, que após ser apresentada a Menescal foi recebida de braços abertos em seu estúdio Albatroz Discos.

Dentista e empresária do ramo do turismo, Sandra Duailibe abraçou o canto como profissão em 2005. Em Brasília, onde é radicada há anos, ela formou sua trilha em importantes casas noturnas, teatros e espaços culturais da cidade. Já dividiu o palco com diversos artistas, como Miele, Zé Luís Mazziotti, Claudia Telles, Tibério Gaspar e Rita Benneditto. Foi convidada, em 2006, para gravar o programa Câmara das Artes: uma parceria do Sesc (DF) com a Câmara dos Deputados, ao lado dos músicos Lula Galvão e Guinga.

Em 2007, lançou seu CD Do Princípio ao sem-fim, que concorreu ao prêmio máximo da música mundial Grammy Latino. Em 2008, gravou o CD A Bossa no tempo, tendo como convidada a cantora Cely Curado. O CD contou com a participação de expoentes da MPB, como Roberto Menescal e Nonato Buzar. Participou dos CDs de Antenor Bogéa, Salgado Maranhão, Carlos Jansen e do DVD do Carlos Bivar. Fez turnê com Simone Guimarães e Antenor Bogéa pela França: Marseille, Cannes e Paris.

Sandra já representou o Brasil no Festival Internacional de Música da La Corunã, realizado na Espanha. Em abril de 2010, ela fez o show Brasília: 50 anos de música, acompanhada pela Orquestra Filarmônica de Brasília, quando homenageou diversos compositores relacionados à capital federal. Em janeiro de 2011, apresentou-se em Athenas, na Grécia, a convite do Itamaraty.

Em novembro do mesmo ano, lançou seu terceiro CD, Receita, ao lado do pianista Leandro Braga, no Teatro da Caixa Cultura, em Brasília, que teve a bilheteria esgotada, seguindo-se shows em São Luís e Belém. Participou, em junho de 2012, do XXV Festival Internacional de Música do Pará. Também em junho do ano passado, ela lançou seu quarto CD, Elas cantam Menescal, com presença do homenageado. O álbum já recebeu menção honrosa do site Embrulhador. Em novembro, a maranhense esteve na França, para participar do Festival de Bossa Nova de Thiais.

Menescal – Roberto Menescal estreou na música profissionalmente acompanhando artistas como Sylvia Telles, Maysa e Elis Regina. No final dos anos 1950, mais precisamente em 1958, estourou com brilhante carreira de compositor, criando ao lado de nomes como Carlos Lyra, Tom Jobim e Ronaldo Bôscoli, a Bossa Nova. A partir daí, a batida do seu violão afinado tornou-se mundialmente conhecida. Enquanto nos Estados Unidos se produzia jazz, o Brasil exportava o swing da Bossa Nova.

Menescal é autor de músicas como O Barquinho, Você, Nós e o Mar, Bye, Bye Brasil, Telefone e outros clássicos. Como músico, ele acompanhou, em apresentações e gravações, Nara Leão, Wanda Sá, Sylvia Telles, Lúcio Alves, Maysa, Aracy de Almeida, Dorival Caymmi, Elis Regina, entre outros.

A cantora Zizi Possi deve a ele a oportunidade de gravar o primeiro disco da carreira, em 1978.

Além de músico, Menescal é produtor musical, tendo iniciado esse trabalho em 1964, com o LP Vagamente, disco de estréia da cantora Wanda Sá. Tempos depois, passou a produzir discos para a gravadora Polygram (atualmente Universal Music), na qual também foi diretor artístico entre 1970 e 1986. Compôs a trilha sonora dos filmes Joana Francesa e Bye Bye Brasil, ambos de Cacá Diegues, e em parceria com Chico Buarque.

Movimento da música popular brasileira surgido no final dos anos 1950, lançado por João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e jovens cantores e/ou compositores de classe média da zona sul carioca, derivado do samba e com forte influência do jazz. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se um dos movimentos mais influentes da história da Música Popular Brasileira, conhecido em todo o mundo, graças ao trabalho de Roberto Menescal e outros compositores que ajudaram a levantar a bandeira desse gênero musical. A música Garota de Ipanema, composta em 1962 por Vinicius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, é um dos ícones desse movimento.

Show Cantos e contos da Bossa, com Sandra Duailibe e Roberto Menescal

Hoje, às 20h

Teatro Viriato Corrêa, do IFMA (Monte Castelo)

R$50,00 (inteira) R$ 25,00 (meia para quem levar 1 kg de alimento não-perecível)