Festival Guarnice tem inicio nesta terca-feira na Cidade Universitária UFMA
36ª edição do evento acontecerá de hoje a sexta-feira na Universidade Federal do Maranhão.
01/10/2013 Jornal O Estado MA - Caderno ALTERNATIVO
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De hoje a sexta-feira, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) se transformará em um polo irradiador da Sétima Arte. É que tem início hoje a 36ª edição do Festival Guarnicê de Cinema, realizado pela Universidade Federal do Maranhão, por meio do Departamento de Assuntos Culturais. Serão exibidos 38 filmes e vídeos digitais de curta, média e longa-metragem. Este ano, toda a programação ocorrerá no Auditório Central da Cidade Universitária (Bacanga), com entrada gratuita. A abertura oficial será às 19h. As sessões competitivas ocorrerão sempre às 15h e às 19h.
Nesta edição não haverá mostras paralelas, apenas a competitiva. A sessão de hoje, às 15h, terá a exibição do curta Tempo da navalha, de Luiz Ferraz e Guilherme Aguilar. A produção, de São Paulo, conta a história de Rodrigo, que precisa pegar um voo para o Rio de Janeiro, para o casamento da melhor amiga da sua esposa. No entanto, ele tem um problema: não fez a barba, nem cortou o cabelo.
Resolve, então, parar na barbearia do seu Gaspar, um lugar velho e empoeirado, próximo da casa dos seus pais. O choque de pensamentos e o encontro com este antigo barbeiro, que estacionou no tempo, faz Rodrigo reviver seu passado e o obriga a repensar a sua própria vida.
Hoje também será exibido o curta Caixa d´água: qui-lombo é esse?, de Everlane Moraes Santos. O documentário regasta a história do Bairro Getúlio Vargas, localizado em Aracaju (SE), por meio da narrativa de antigos moradores descendentes de negros escravizados e enaltece a importância da oralidade no processo de preservação da cultura afro-sergipana.
O Bairro Getúlio Vargas, que antes era reconhecido como Maloca, situa-se no centro da capital sergipana e foi fundado por seu José Andrelino, primeiro morador da comunidade. Hoje a maloca é reconhecida como o segundo Quilombo Urbano do Brasil.
A comissão de seleção dos filmes que concorrem na mostra foi formada pela professora do Departamento de Artes da UFMA Luisa Maria Pereira Osório da Fonseca; as graduandas em Comunicação Social da UFMA e integrantes da equipe do Projeto Memória Guarnicê DAC/TV-UFMA/Fapema Solange Barbosa de Araújo e Zoraia Orbacz (Rádio e TV) e Nathália Rodrigues Rocha (Relações Públicas), e pelo fotógrafo e membro da Associação Brasileira de Documentarista (ABD/MA) Paulo Socha.
De acordo com o Coordenador Geral do Guarnicê, professor Gersino dos Santos, a expectativa para o evento é a melhor possível. “Tivemos alguns problemas como o pouco tempo para os preparativos, mas esperamos que a classe universitária e os amantes do cinema possam vir prestigiar o Guarnicê, que este ano será totalmente feito na UFMA”, diz o coordenador, que há apenas 15 dias ocupa o cargo.
Evento – O Festival Guarnicê de Cinema vem sendo realizado na capital maranhense desde 1977 e possibilita a difusão de expressões culturais por meio das mostras de filmes, sempre abertas ao público. Durante mais de três décadas e meia, o Festival conseguiu reunir e exibir significativo número de filmes e congregar realizadores audiovisuais de diversas procedências em uma troca de experiências enriquecedoras no âmbito da realização da arte cinematográfica.
Em sua trajetória, o Guarnicê de Cinema acompanhou a transição dos formatos e suportes cinematográficos: a película super 8, 16mm e 35mm, a fita VHS, Betacan , o digital, ao mesmo tempo em que ganhava na sua execução, a abrangência nacional e internacional.
De acordo com os organizadores, este ano o cinema produzido no Maranhão está bem representado. Foram inscritas 19 produções, sendo que destas, 11 foram selecionadas. “Ficamos satisfeitos com essa procura e acreditamos que este ano seja representativo para a história do evento já que será uma das edições que mais reuniram produções cinematográficas locais”, festeja Gersino dos Santos.
Entre as produções maranhenses selecionadas, estão os curtas São Luís in concretus, de Raurício Barbosa; O Abismo, de Daniel Moreno; e Rainha de raiz, de Rebeca Alexandre. Na categoria média-metragem competem os maranhenses Os Laborartianos, de Beto Matuck; o premiado Acalanto, de Arturo Sabóia; De costas pra rua: um filme sobre panelada, de Fernando Ralfer; Autos e folguedos no Maranja, de Ester Marques; O restauro/reforma da Fonte do Ribeirão, ano 2012, de Manlio Macchiavello; e O Buraco, de Leandro Guterres. Os longas Marilha Amor Para 400 anos, de Nilson Takashi, e Luíses: solrealismo maranhense, de Lucian Rosa, são os dois representantes locais nesta categoria.
O documentário Luíses: solrealismo maranhense mostra a cidade por meio do recorte da vida de seus próprios habitantes baseado em uma estética original. Desenvolvido pelo grupo independente Éguas Coletivo Audiovisual, o filme mostra que enquanto uma serpente do tamanho de uma ilha cresce adormecida nas galerias subterrâneas da cidade de São Luís, os ludovicenses enfrentam situações surreais para seguirem vivendo em meio a um cotidiano bruto, mas não percebem que estão passando por tal situação. O real e o imaginário caminham juntos nessa história que dá início a um movimento: o solrealismo.
Relação dos filmes e vídeos digitais
Curta metragem
1 - Ópio, de Allan Souza Lima – RJ, Fic, 13´14”
2 - Atenciosamente, Lo Turco, de Débora Guimarães – RJ – Doc – 10´00”
3 - De Outros Carnavais 16mm, de Paulo Miranda – SP – Fic – 14´00”
4 - O Boneco de Neve, de Diego Müller – RS – Fic - 13´25”
5 - Sobre Anões e Cifrões, de Marcelo Martins – RJ – Fic – 15´00”
6 - Amador, de Nathan Cirino – PB – Fic – 15´00”
7 - Requilia, de Renata Diniz – DF – Fic – 15´00”
8 - Jessy, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge – BA – Doc – 15´00”
9 - O Tempo Que Leva, de Cintia Domit Bittar – SC – Fic – 15´00”
10 - Antes de Palavras, de Diego Carvalho Sá – SP – Fic – 13´04”
11 - Caixa d´água: qui-lombo é esse?, de Everlane Moraes Santos – SE – Doc – 15´00”
12 - Mina da Liberdade, de Chico Furtado – DF, - Doc - 15´00”
13 - São Luís in Concretus, de Raurício Barbosa – MA – Exp – 11´00”
14 - O Abismo, de Daniel Moreno – MA – Exp – 02´00”
15 - Rainha de raiz, de Rebeca Alexandre – MA – Doc – 14´00”
16 - Entre, lua, a casa é sua!, de Marcos Carvalho e Edineia Campos – PE –Fic – 13´00”
17 - Verde Vento, de Marcos Carvalho– PE – Fic – 12´00”
18 - Tempo da Navalha, de Luiz Ferraz e Guilherme Aguilar-SP-15´00”
Média Metragem
1 - Cidade Improvisada, de Alice Riff - SP – Doc – 19´00”
2 - O Pacote, de Rafael Aidar – SP – Fic – 18´00”
3 - Os Laborartianos, de Beto Matuck – MA – Doc – 35´00”
4 - Animador, de Cainan Baladez e Fernanda Chicolet – SP – Fic – 20´00”
5 - Acalanto 35mm, de Arturo Sabóia – MA – Fic – 23´00”
6 - A Idade da Inocência, de Ivann Willig – RJ – Fic – 16´00”
7 - De costas pra rua – Um Filme Sobre Panelada, de Fernando
Ralfer – MA – Doc – 17´00”
Serviço
• O quê
Festival Guarnicê de Cinema
• Quando
De hoje a sexta-feira
• Onde
Auditório Central da Cidade Universitária (UFMA, Bacanga)
• Sessões
15h e 19h
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