Monumentos do Centro Histórico de São Luís estão deteriorados e habitados por moradores de rua. Um manequim, com roupas femininas, foi colocado com a estátua que simboliza os pescadores, no Portinho. Além da situação, que descaracteriza o monumento, são encontradas no local muita sujeira e desordem.

Com um fogareiro, os moradores de rua preparam seu alimento na Praça do Pescador, no Portinho, espaço que deveria servir de lazer para quem visita São Luís. A situação acontece todos os dias sem nenhum tipo de fiscalização.

Mais de 30 moradores de rua se concentram no local e causam transtornos aos comerciantes da região. "A situação atrapalha nossas vendas. Muitas pessoas preferem comprar em outros lugares para evitar a abordagem deles. Ninguém resolve esse problema. Estão deteriorando um local público, que conta parte da história de São Luís", disse o comerciante João Vital.

Taxista há 20 anos na área do Portinho, Eloi Cândido Campos disse que a situação existe há 8 anos, sem solução, e está aumentando ao longo dos anos. "O problema se alastrou de uma maneira muito séria. Estamos incomodados com tanta gente habitando esse espaço, que antes era tranquilo e muito visitado por turistas. Eles atrapalham muito a circulação de pessoas aqui. Muitos evitam pegar táxi nesse trecho por causa deles", reclamou o taxista.

Largo do Carmo - O relógio, localizado no Largo do Carmo, outro ponto turístico do Centro Histórico, não funciona e está com os vidros quebrados, e o logradouro também se encontra ocupado por moradores de rua. Os bancos no entorno do monumento servem de varal para roupas dessas pessoas. Até as plantas são utilizadas para a secagem das vestimentas dos ocupantes irregulares do local. A sujeira e insegurança no espaço são constantes.

O cenário desorganizado e deteriorado decepciona quem visita o Centro Histórico da capital. "Estamos decepcionados com o que encontramos. Estávamos esperando um Centro Histórico bem mantido. Observamos muita desorganização, sujeira e insegurança. Uma cidade com 400 anos não deveria estar tão mal cuidada", disse Renata Sabino, turista do Rio de Janeiro.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura para esclarecer a situação dos monumentos do Centro Histórico e saber se existe um projeto de manutenção e recuperação dos espaços, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.