Brasil derrota a Argentina
Diego Tardelli ganhou destaque ao marcar os dois gols da seleção sobre a vice-campeã da Copa do Mundo.
12/10/2014
Jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira
PEQUIM - O Brasil alcançou a vitória que precisava para provar que a
goleada por 7 x 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo, ficou no passado.
Após superar Colômbia e Equador por 1 x 0 nos Estados Unidos, nos
primeiros testes com Dunga, a Seleção Brasileira de Futebol fez 2 x 0
sobre a vice-campeã mundial Argentina no Estádio Ninho do Pássaro e
conquistou o Superclássico das Américas.
Os gols de ontem foram marcados
por Diego Tardelli, que se destacou na partida marcada pelo duelo entre
Neymar e Messi.
Com uma postura bastante contida
no início da partida, o Brasil se soltou depois que o atacante do
Atlético-MG acertou um chute de primeira, no canto, aos 27 minutos. A
Argentina teve a chance de empatar ainda antes do intervalo, porém
Lionel Messi parou na defesa de Jefferson em uma cobrança de pênalti. No
segundo tempo, Tardelli aproveitou um escanteio para ampliar o
marcador, de cabeça.
O resultado garantiu o
terceiro título do Brasil em três edições já realizadas do Superclássico
das Américas, criado com inspiração na antiga Copa Roca. Em 2011 e em
2012, o torneio foi disputado apenas com jogadores que trabalham nos
dois países, com partidas de ida e volta.
O jogo
também foi marcante por se tratar do centésimo entre Brasil e Argentina.
O time amarelo aumentou a sua vantagem sobre o rival para 40 vitórias,
contra 24 empates e 36 derrotas. Entusiasmado, enfrentará um adversário
teoricamente menos complicado às 7h45 (de Brasília) de terça-feira, o
Japão, em Cingapura. Em novembro, a equipe de Dunga terá Turquia e
Áustria pela frente.
Primeiro
tempo – Ao contrário de quando jogou contra a campeã mundial Alemanha, a
Seleção Brasileira adotou uma postura tática mais humilde para
enfrentar a vice Argentina. Dunga deixou o seu time bem postado na
defesa, à espera da oportunidade ideal para contra-atacar.
A
estratégia brasileira ajudou o técnico Gerardo Martino a reviver os
tempos de Barcelona, com mais de 60% de posse de bola para uma equipe
liderada por Lionel Messi. Amigo do astro adversário, Neymar deu um
susto em Dunga àquela altura da partida, ao reclamar de dores no joelho
esquerdo depois de uma dividida.
Quem também se
machucou foi Aguero, em jogada que poderia ter resultado em gol para a
Argentina. O atacante acabou derrubado por Miranda dentro da área
brasileira, e o árbitro chinês Fan Qi não deu atenção aos pedidos por
pênalti.
Embora tenha neutralizado as investidas
iniciais da Argentina, o Brasil demorou um pouco para também incomodar
os defensores adversários. Só foi um pouco mais efetivo quando Neymar e
Willian se soltaram, obtendo uma série de escanteios para a equipe de
Dunga.
Aos 27 minutos, no entanto, a Seleção
Brasileira conseguiu mudar de vez o panorama do clássico. Oscar levantou
a bola na área da direita e Fernández cortou mal de cabeça ao se chocar
com Zabaleta. Diego Tardelli deu dois passos para trás e emendou de
primeira para acertar o canto e inaugurar o marcador.
A
vantagem fez o Brasil sair do campo defensivo e propor o jogo. O
segundo gol quase veio aos 31 minutos. Neymar deixou a marcação para
trás em uma bela arrancada, capaz de levantar o público chinês no Ninho
do Pássaro, porém hesitou quando se viu diante do goleiro Romero e bateu
fraco, sem direção.
Refeita do susto, a Argentina
esboçou uma pressão para arrancar o empate antes do intervalo. Aos 39
minutos, a chance apareceu. Danilo travou Di María dentro da área, e o
árbitro revoltou o time brasileiro ao anotar o pênalti. Messi cobrou no
canto. Jefferson defendeu e comemorou como se fosse um gol.
Segundo
tempo - Mais confiante para o segundo tempo, o Brasil se permitiu ser
também mais ofensivo. O lateral-esquerdo Filipe Luís, antes retraído,
ganhou liberdade para apoiar o ataque. E ficou perto de marcar um gol já
aos dois minutos, quando foi acionado no lado da área e encheu o pé. A
bola subiu demais.
O jogo aberto permitia que a
Argentina tivesse mais oportunidades de ameaçar o gol brasileiro. Aos
quatro minutos, Miranda contribuiu com a equipe de Tata Martino ao
falhar diante de Di María. O atacante avançou para a área sozinho, mas o
zagueiro se recuperou e fez o desarme.
Mesmo com a
disposição do ataque rival, a Seleção Brasileira não se intimidou.
Neymar passou a pedir a bola com frequência e virou alvo constante de
pontapés. Foi em uma cobrança de falta sofrida pelo astro do time que
Oscar chutou com perigo, cruzado. Romero salvou.
Como
a sua equipe jogava mal e não tinha mais a posse de bola de antes, Tata
Martino decidiu entrar em ação. Trocou Aguero e Lamela por Higuaín e
Pastore. E lamentou mais um gol de Tardelli em seguida. Aos 18, o
atacante apareceu na segunda trave após cobrança de escanteio e
agachou-se para cabecear para a rede.
O segundo gol
era o que o Brasil precisava para ter tranquilidade até o final da
partida, quando voltou a investir nos contra-ataques. Nos últimos
minutos, Dunga deu as alegrias derradeiras para o público chinês ao
mandar os veteranos Kaká e Robinho a campo, ovacionados, nas vagas de
Diego Tardelli e Neymar. Gil substituiu David Luiz.
“A ficha ainda não caiu”
Nem
nos melhores sonhos Diego Tardelli imaginaria uma performance tão boa
pela seleção. O atacante fez os dois gols na vitória diante do maior
rival, Argentina, 2 x 0, e em uma decisão de torneio. Principal nome em
campo no duelo pelo Superclássico das Américas, Tardelli reconheceu
ontem não ter ainda dimensão do quanto produziu em campo na China.
"É
uma alegria enorme. Fazer o primeiro gol num grande clássico. E ainda a
oportunidade de fazer o segundo. Foi o que eu falei no intervalo: "Não
caiu a ficha". Vai demorar", declarou o atleta ao Sportv.
No primeiro gol, Diego Tardelli aproveitou vacilo na zaga argentina e chutou cruzado, rasteiro, abrindo o placar:
1
x 0, aos 27 min da etapa inicial. "Eu vi os dois zagueiros esperando e
dei dois passos para trás. Quando a bola veio, ou eu dominava ou
chutava. Fui feliz de pegar de primeira", comentou Tardelli à rede
Globo.
O segundo gol de Tardelli nasceu de um
cruzamento de Oscar. David Luiz desviou a bola antes de Tardelli
aparecer para marcar de cabeça. De acordo com o jogador do Atlético-MG,
os gols feitos no clássico no Ninho de Pássaro abriram caminho rumo à
Copa de 2018, objetivo do atleta. "A felicidade é grande. Tem que fazer
tudo para ficar. O objetivo é disputar a Copa do Mundo e é bom começar
com o pé direito".
Brasil 2
Jefferson,
Danilo, Miranda, David Luiz (Gil) e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias,
Oscar e Willian; Neymar (Robinho) e Diego Tardelli (Kaká)
Técnico: Dunga
Argentina 0
Romero,
Zabaleta, Demichelis, Federico Fernández e Rojo; Mascherano, Pereyra
(Pérez), Lamela (Pastore) e Di María; Messi e Agüero (Higuaín)
Técnico: Tata Martino
Árbitro:
Fan Qi (China)// Auxiliares: Hio Weiming , Um Yuxin (China)//Gols:
Diego Tardelli, aos 31´ do primeiro tempo; Diego Tardelli, aos 18´ do
segundo tempo//Cartões Amarelos: David Luiz (Brasil); Mascherano
(Argentina)Local: Ninho do Pássaro, em Pequim (China)
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